Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
«Tornarmo-nos homens (ou mulheres) enquanto lemos — em busca de algo similar, temos, pois, recorrido à ficção ao longo dos séculos. É isto que lhe pedimos: a construção do que somos ou queremos ser, ou a lenta descoberta de nós próprios através das palavras dos outros.»
A vida é um ponto de vista: cada indivíduo está condenado a viver encerrado numa perspectiva, sujeito às coordenadas e limitações que ela impõe. Assumir outro ponto de vista, além de dificílimo, exige altas doses de imaginação, curiosidade e clarividência. Que papel tem nisto a literatura? Será o único reduto onde o mundo pode ser interpretado e iluminado?
Neste livro, Vásquez defende que há na literatura uma maneira exclusiva e inimitável de dilucidar as complexidades da experiência humana, de iluminar a vida invisível. O conhecimento que daqui emerge é mais indispensável hoje do que nunca: se vivemos cada vez mais confinados a uma realidade individual e menos talhados para as experiências partilhadas, o mergulho no outro nunca foi tão vital. Como disse Marcel Proust: «A verdadeira vida […] e por consequência a única vida digna de ser vivida, é a literatura.»
Estes textos nasceram de um convite da Universidade de Oxford para que Juan Gabriel Vásquez proferisse as prestigiadas Conferências Weidenfeld, no passado confiadas a escritores como Mario Vargas Llosa, George Steiner, Umberto Eco ou Ali Smith. O resultado é uma reflexão imprescindível, de um notável artesão da escrita e do pensamento, merecedor de prémios tão prestigiados como o Impac Dublin Literary Award, o Prix du Meilleur Livre Étranger e o Premio Real Academia Española.
Sobre o autor
Juan Gabriel Vásquez nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1973. Estudou Literatura na Sorbonne em Paris e fez de Barcelona a sua casa por mais de uma década. É autor dos romances “Os informadores”, “Historia secreta de Costaguana” (Prémio Qwerty), “O barulho das coisas ao cair” (Prémio Alfaguara, English Pen Award, Impac Dublin Literary Award, Premio Gregor von Rezzori-Città di Firenze), “As reputações” (Prémio da Real Academia Espanhola, Premio Arzobispo Juan de San Clemente, Prémio da Casa da América Latina de Lisboa, finalista dos Prémios Médicis e Femina) e “A forma das ruínas” (Prémio Literário Casino da Póvoa Correntes d’Escritas, e finalista do Prémio Bienal de Novela Mario Vargas Llosa). Tem publicados dois volumes de contos: “Los amantes de todos los santos” e “Canciones para el incendio”, assim como de dois livros de ensaios – “El arte de la distorsión” e “Viajes con un mapa en blanco” -, além de uma breve biografia de Joseph Conrad, “El hombre de ninguna parte”. Como tradutor, foi responsável pela tradução de obras de John Hersey, John dos Passos, Victor Hugo e E. M. Forster, entre outros, e escreve regularmente em vários jornais.
Os seus livros estão publicados em 30 idiomas e mais de 40 países, com extraordinário êxito da crítica e do público. Venceu por duas vezes o Premio Nacional de Periodismo Simón Bolívar pelo seu trabalho jornalístico. No ano de 2012 foi-lhe atribuído em Paris o prémio Roger Caillois pelo conjunto da sua obra, prémio anteriormente consagrado a autores como Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes, Chico Buarque, Milton Hatoum e Roberto Bolaño.
Em Portugal, a Alfaguara tem no seu catálogo os romances “Os Informadores” (2020), “A Forma das Ruínas” (2017), “As Reputações” (2015) e “O Barulho das Coisas ao Cair” (2012).
Editora: Alfaguara
Sem Comentários