“Quarta Asa”, o primeiro livro da série de fantasia assinada por Rebeca Yarros, foi um verdadeiro mimo. Uma boa aventura com dragões poderosos e cavaleiros com egos maiores do que a vida, com romance, intriga, política, humor e um final que deixou o leitor de boca aberta, pronto a acender a “Chama de Ferro” (Planeta, 2024), o segundo livro da série.
A verdade é que este fica uns furinhos abaixo do primeiro, mas ainda assim há motivos mais do que suficientes para continuar a seguir os passos de Violet Sorrengail, que julgava estar destinada a ser um rato de biblioteca e se encontrou no papel de cavaleira, inesperadamente ligada a dois diferentes dragões.
Depois da Debulha, prova que tratou de eliminar, de acordo com a organização, “os fracos, os indignos e os infortunados”, o verdadeiro treino começa agora. Nas palavras do professor Grady, “no ano passado aprenderam a cavalgar os dragões que vos escolheram. Este ano vão aprender o que devem fazer se caírem. Sejam bem-vindos ao Curso de Sobrevivência do Cavaleiro, ou CSC para abreviar”.
A vida amorosa de Violet parece estar ao rubro, mas apesar das várias mudanças de comando há algo que persiste em relação à sua pessoa: um mesmo ódio particular. Para dar alguma frescura a este segundo volume, Rebeca Yarros acrescenta novos cadetes, como Sloane, irmã do malogrado Liam – um acrescento algo displicente e pouco explorado -, ou do 3º filho do rei Tulin, personagem que muito provavelmente ganhará um maior destaque daqui para a frente.
Rebeca Yarros atira o leitor para um mundo de guarnições e magia perdida, que a espaços se poderá sentir perdido nesta fantasia com alguma matemática e física pelo meio, mas repete um mesmo final grandioso, sabendo que depois deste belo embrulho nenhum leitor ficará descansado enquanto não colocar as mãos no terceiro volume, que colocará Xaden Riorson debaixo dos holofotes. Faça-se luz.
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