Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
«Fosse eu um homem mais novo, e escreveria a história da estupidez humana; e subiria ao topo do monte Mc-Cabe e deitar-me-ia de costas, com a minha história como almofada; […] e faria uma estátua de mim mesmo, deitado de costas, com um esgar medonho, a fazer um manguito a Sabes-Bem-Quem.»
Jonas, jornalista, quer saber mais sobre a catástrofe de Hiroxima. A pesquisa leva-o à ilha de San Lorenzo e ao enigmático Felix Hoenikker, um dos criadores da bomba atómica, agora ocupado com a sua mais recente invenção: o gelo-nove, substância capaz de extinguir a vida na Terra.
Embrenhando-se nas intrigas políticas daquela estranha nação, Jonas conhece Papa Monzano, o governante ditatorial da ilha, e adota o bokononismo, uma religião ilegal fundada pelo misterioso Bokonon, que, com as suas inverdades inofensivas e parábolas absurdas, oferece consolo aos ilhéus. Até que uma cadeia de desastres acaba por deixar em San Lorenzo apenas um punhado de sobreviventes, e Jonas encontra, por fim, Bokonon, que lhe faz uma importante revelação.
A proverbial irreverência de Kurt Vonnegut, combinada com humor ácido e histórias mirabolantes, alcança neste romance a sua pujança máxima: “Cama de Gato” é uma paródia à loucura do Homem moderno e uma narrativa delirante sobre o fim do mundo, sombriamente fatalista e hilariantemente cómica. À semelhança de “Matadouro cinco” ou “Pequeno-almoço de campeões”, “Cama de Gato” apresenta ecos perturbadores do presente, renovando em sucessivas gerações de leitores o estatuto de autor de culto de Vonnegut.
Sobre o autor
Kurt Vonnegut (1922-2007) nasceu em Indianápolis, nos Estados Unidos, descendendo de emigrantes alemães que chegaram ao país no século XIX.
Por influência do pai, estudou Bioquímica na Universidade de Cornell, embora tivesse mais interesse nas Humanidades. Alistou-se no Exército em 1943.
Pouco depois do suicídio da mãe, foi enviado para a Europa, combatendo na Batalha das Ardenas.
O seu esquadrão acabou por ser dizimado pelas forças alemãs. Como prisioneiro de guerra, seguiu para Dresden, na Alemanha, onde viveu num matadouro e trabalhou numa fábrica alimentar.
Em 1952 publicou “Player piano”, o seu romance de estreia.
A crítica sentiu-se desconcertada, desde o começo, perante um escritor que não encaixava nos géneros mais canónicos nem nos estilos mais em voga.
Editora: Alfaguara
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