Jane Goodall é etóloga, ambientalista, grande activista e defensora de valores sociais e ecológicos. A maioria das pessoas conhece-a como «a mulher dos chimpanzés» ou a «a mãe dos chimpanzés», designações atribuídas como um reconhecimento do seu trabalho de pesquisa sobre os grandes símios que “são um grupo de primatas que inclui os chimpanzés, os bonobos, os gorilas e os orangotangos. São os primatas mais próximos de nós, porque todos descendemos de um antepassado comum bastante recente”.
Ainda jovem, aceitou o desafio de realizar um estudo de campo sobre os chimpanzés selvagens do Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, e foi aí que testemunhou que os primatas têm comportamentos semelhantes ao dos humanos, como demonstrações de amor, compaixão e altruísmo, mas também que conseguem ser violentos. Uma das primeiras descobertas de Goodall foi que “os chimpanzés comiam carne e utilizavam ferramentas”. O desafio foi colossal, nem sempre fácil. Adoeceu várias vezes, mas nunca desistiu. A “tenacidade de Jane Goodall foi fundamental para quem com o tempo, os chimpanzés se acostumassem à sua presença”.
Jane Goodall é também uma activista comprometida na defesa dos valores ambientais, argumentando que a conservação da natureza deve ser concebida de forma holística. Viajou pelo mundo, partilhando as suas experiências e conhecimentos. A 27 de Julho de 2015, proferiu um discurso emotivo no Palácio da Generalitat, quando recebeu o XXVII Prémio Internacional Catalunha.
“Jane Goodall: Aprender com os Chimpanzés” (Akiara Books, 2021) partilha com o leitor o discurso proclamado por Jane Goodall, através do qual se pode acompanhar o seu percurso de vida pessoal e académico, do seu trabalho de campo e das evidências recolhidas e dos seus conhecimentos sobre as grandes ameaças à humanidade, que segundo Goodall são três: as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a desigualdade ambiental. Neste seu discurso, confessa que ao descobrir a existência de tráfego de carne de animais selvagens decidiu viajar por África alertando para este feito horrendo. Deu palestras, falou com chefes de Estado, Ministros do Ambiente, mas – palavras suas – “apercebi-me de que a grande parte dos problemas de África remontam aos dias do colonialismo. A raiz destes problemas é o facto de os países ricos se apropriarem dos recursos aturais de África”. Como a sua voz não teve eco, partiu, dando a conhecer este problema, pela Europa, América do Norte e do Sul e por algumas zonas da Ásia. Pelo mundo fora, a voz forte e viva de Jane Goodall é ouvida, reforçando os valores ambientais e gritando bem alto que só há um planeta. Devemos lutar por uma vida em comunhão com a Natureza e, felizmente, são muitos os jovens que já tomaram consciência desta urgência.
O discurso de Jane Goodall é de esperança e de resiliência. Um verdadeiro hino ao amor pelo Planeta e defesa da natureza. Um livro a não perder que deverá ser dado aos jovens para que aprendam a “viver em paz e harmonia com pessoas de diferentes nacionalidades, religiões e países, e com a Mãe Natureza”.
Jane Goodall escreveu vários livros para adultos e crianças e foi retratada em incontáveis documentários e publicações. É Mensageira da Paz das Nações Unidas e Dama do Império Britânico, entre tantas outras honrarias internacionais que recebeu.
Irene Duch Latorre nasceu no bairro da Horta, nos arredores de Barcelona, perto da Serra de Collserola. Estudou Biologia Ambiental e viajou até ao Equador no último ano do curso. O Equador é um país cativante, cruzado pela cordilheira do Andes, com quilómetros e quilómetros de selva de ambos os lados das montanhas. Teve a oportunidade incrível de adentrar na selva e trabalhar como primatóloga, seguindo de perto todo o tipo de macacos e observando com binóculos o comportamento deles. Sentiu um grande orgulho por poder realizar um trabalho parecido com o que fez Jane Goodall, que admira desde criança. Tal como Jane, também foi para a universidade para prosseguir os estudos e adquirir um conhecimento mais formal sobre primatologia. Fez um mestrado em Antropologia Biológica na cidade de Madison, no norte dos Estados Unidos.
Joan Negrescolor nasceu em Barcelona e viveu em Sant Andreu, Buenos Aires e Oaxaca. Navega entre paradoxos e contradições. Desenha porque assim pode contar mais coisas do que com a palavra. Valoriza as coisas bem feitas, simples e práticas. Gosta de trabalhar com as mãos e com pessoas, embora desenhe com um computador e a partir de casa.
Catarina Sacramento nasceu em 1977, no ano do punk, mas nunca gostou de grandes confusões. Viveu metade da vida em Leiria e a outra metade em Lisboa, com um salto a Macau pelo meio. Aprendeu a ler e escrever aos 6 anos e, desde então, não faz outra coisa. Estudou Ciências da Comunicação e entrou no jornalismo pela porta da cultura e das artes. Escreveu sobre música no jornal Blitz, sobre comida na revista Time Out Lisboa e depois mudou-se para o mundo dos livros, onde pratica caça ao erro e tiro à gralha. Gosta de palavras, do som que fazem ao sair da boca, da forma como se podem moldar com as mãos — e do incrível poder que têm para fazer rir, sentir e pensar. Adora viajar, dentro dos livros e fora deles.
Sem Comentários