Carina Bergfeldt foi, há um par de anos, a jornalista do momento na Suécia. O motivo, polémico, foi ter ousado passar uma noite, de forma incógnita, infiltrada entre as famílias das vitimas do massacre de 2011, ocorrido na ilha Norueguesa de Utoya. Uma atitude algo controversa que lhe valeu o Swedish grand journalism prize de 2012.
Carina estreou-se pouco depois com “Quando o ódio matar” (Planeta, 2014), aproveitando o recente sucesso mediático – nada reprovável nos tempos correntes. O certo é que escreveu um thriller bem estruturado, cativante e enigmático.
A autora afirma ter-se baseado em investigações sobre diversos casos de violência doméstica, transpondo muito do que havia apurado para a ficção, sem alterar vivências reais. O problema parece ser grave na sociedade Sueca onde, a cada 40 minutos, uma mulher denuncia maus-tratos em casa e, uma em cada quatro, sofre-os. O abuso de menores, tema menos constante nas parangonas editoriais, também serve de mote para o enredo e caracterização ficcional.
Uma das personagens femininas planeia matar o seu próprio pai, mantendo-se o suspense sobre qual delas planeia o parricídio, que alimenta a trama até ao seu final: duas jornalistas e uma inspectora de polícia trabalham num caso paralelo e, dessas três mulheres que vamos conhecendo ao longo de “Quando o ódio Matar” (em muitos países optou-se mesmo pelo cru e prosaico “matar o papá”), uma terá uma motivação superior para o concretizar. A única forma de descobrir qual é será ler o livro até à ultima página.
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