Decorreu há dias a cerimónia de entrega dos prémios do festival Amadora BD. Nunca a expressão “distribuir o mal pelas aldeias” se aplicou tão bem ao festival, uma vez que nenhuma editora arrecadou mais do que um prémio.
Estes resultados acabam assim por destacar diferentes facetas e correntes da BD nacional, com Marco Mendes a vencer melhor álbum com o seu provocador “Zombie” (Turbina/Mundo Fantasma), André Oliveira – pelo segundo ano consecutivo – o melhor argumento com o misterioso “A Volta” (Polvo) e Nunsky a melhor ilustração para o seu tenebroso “Erzsébet” (Chili com Carne).
No que toca a publicações em língua estrangeira a antologia “Crumbs” (Kingpin Books) e “Loki – Agent of Asgard”, de Jorge Coelho (Marvel), foram os premiados para melhor álbum de autor português em língua estrangeira e melhor álbum estrangeiro de autor português, respectivamente. Ricardo Cabral, um nome que estamos mais habituados a ver em publicações profissionais, vence este ano em melhor fanzine, com “Terrea”, uma edição inteiramente da sua autoria e que marca uma viragem no percurso do autor, o qual se encontra a explorar novos territórios na BD.
No género de tiras humorísticas a compilação “Toda a Mafalda” (Verbo), de Quino, levou o galardão sem grandes surpresas, enquanto o melhor álbum de autor estrangeiro foi para “Papá em África” (MMMNNNRRRG), de Anton Kannemeyer. Tal como todos os vencedores, esta crítica feroz e ácida ao colonialismo de Kannemeyer contará com uma exposição no próximo ano. Espera-se é que essa exposição não cause tanta polémica como a sua venda causou na administração da Gulbenkian.
No campo da ilustração para livros infantis, o autor português destacado foi Bernardo P. Carvalho por “Daqui Ninguém Passa!” (Planeta Tangerina), enquanto o autor estrangeiro foi Manuel Marsol por “O Tempo do Gigante” (Orfeu Negro).
Por fim, o lindíssimo “O Diário do Meu Pai”, de Jiro Taniguchi (Levoir/Público), foi premiado como melhor publicação clássica, enquanto Pedro Massano foi homenageado com o troféu de honra.
Lista de vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) 2015:
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ÁLBUM PORTUGUÊS
“Zombie”, de Marco Mendes (Turbina/Mundo Fantasma)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ARGUMENTO PARA ÁLBUM
PORTUGUÊS
André Oliveira, “Volta – O Segredo do Vale das Sombras” (Polvo)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR DESENHO PARA ÁLBUM
PORTUGUÊS
“Nunsky”, de Erzsébet (Chili com Carne)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ÁLBUM DE AUTOR
PORTUGUÊS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
“Crumbs”, de Afonso Ferreira, Ana Matias, André Caetano, André Oliveira, André Pereira, Bernardo Majer, David Soares, Fernando Dordio, Francisco Sousa Lobo, Inês Galo, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Pedro Cruz, Pedro Serpa, Ricardo Venâncio,
Sérgio Marques, Zé Burnay (Kingpin Books)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO DE
AUTOR PORTUGUÊS
“Loki – Agent of Asgard”, de Jorge Coelho (Marvel)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ÁLBUM DE AUTOR
ESTRANGEIRO
“Papá em África”, de Anton Kannemeyer (MMMNNNRRRG)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ÁLBUM DE TIRAS
HUMORÍSTICAS
“Toda a Mafalda”, de Quino (Verbo)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ILUSTRAÇÃO DE LIVRO
INFANTIL (AUTOR PORTUGUÊS)
Bernardo P. Carvalho, “Daqui Ninguém Passa!” (Planeta Tangerina)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR ILUSTRAÇÃO DE LIVRO
INFANTIL (AUTOR ESTRANGEIRO)
“O Tempo do Gigante”, de Manuel Marsol (Orfeu Negro)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – PRÉMIO CLÁSSICOS DA 9.ª ARTE
“O Diário do Meu Pai”, de Jiro Taniguchi (Levoir/Público)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – MELHOR FANZINE
“Terrea”, de Ricardo Cabral (Edição de Autor)
PRÉMIO NACIONAL DE BANDA DESENHADA – TROFÉU DE HONRA
Pedro Massano
Sem Comentários