Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
«A cidade clara assiste aos trabalhos e aos esgares. Nada pode perturbar a manhã.»
Rompendo com as correntes dominantes da poesia modernista, Trabalhar Cansa aponta o olhar para os camponeses, os bêbedos, os operários, as prostitutas, os presidiários, conferindo dignidade aos proscritos. Ao ócio aparente destas figuras marginais, opõe-se uma forte atividade interior do poeta que as retrata, alicerçada numa observação minuciosa e desapaixonada do quotidiano, da vivência urbana e da paisagem piemontesa.
Publicada em 1936, enquanto Cesare Pavese, anti-fascista, cumpria pena de degredo em Brancaleone, na Calábria, Trabalhar Cansa é a primeira obra de um dos mais admiráveis escritores italianos do século XX. Alvo de censura por parte do Governo de Mussolini, tornou-se um livro de culto que marcou gerações.
Com introdução de Matilde Campilho.
Sobre o autor
Cesare Pavese nasceu em 1908, na pequena vila italiana de Santo Stefano Belbo. Em 1927 inscreve-se na Faculdade de Letras da Universidade de Turim e inicia pouco depois o seu trabalho de escrita e de tradução de alguns dos mais relevantes autores de língua inglesa do século xx, entre os quais John Steinbeck, William Faulkner e James Joyce. O seu primeiro livro de poesia, “Trabalhar Cansa”, é revelado em 1936. Combatente anti-fascista, foi preso e condenado ao degredo, aderindo, depois da guerra, ao Partido Comunista. Em 1947 publica “Diálogos com Leucò” e em 1949 “O Belo Verão”, livro que veria distinguido em 1950 com o Prémio Strega. Nesse mesmo ano, e pouco após o lançamento daquele que é considerado o seu romance mais bem-conseguido, “A Lua e as Fogueiras”, Pavese suicida-se, num quarto de hotel em Turim.
Editora: Penguin Clássicos
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