Akialbum é uma colecção da Akiara books, que se pauta pelas ideias de serenidade, contemplação, escuta e diálogo. “Com as Mãos” (Akiara books, 2023) e “Verbena e Colibri” (Akiara books, 2023) são os dois novos títulos.
“Com as Mãos” narra um diálogo entre uma avó e a sua neta. Os avós sempre foram importantes nas vidas dos netos, pois é com eles que, desde tenra idade, se aprende a desvendar segredos, a vencer pequenas batalhas, a conquistar a alegria dos dias, a gerir as tristezas e a escutar os conselhos mais sábios de sempre. Com eles criamos memórias inesquecíveis. Mas de que fala esta avó com a sua neta? Das “antenas da alma”, ou seja, das mãos. Com estas, abraçamos o mundo e criamos laços. Fabricamos. Produzimos. Comunicamos através de movimentos criativos, transformando a amargura e a dor em afecto.
Trata-se de um álbum sensível e emotivo, um diálogo intimista sobre a grandiosidade e o poder transformador das mãos. As guardas, iniciais e finais, marcam o ritmo. Enquanto as guardas iniciais nos induzem à dor, as finais oferecem-nos a tranquilidade que só os avós sabem transmitir. A ilustração, de página dupla, dá enfase à magnificência das mãos, retratando-as de forma real, expressivas, cheias de cor.
“Verbena e Colibri” apresenta-nos um diálogo poético entre uma flor, verbena, e um pequeno pássaro, o colibri – um diálogo sobre a observação. “Que viste hoje, Colibri?”; “Que viste tu hoje, Verbena?”. São as perguntas quotidianas que iniciam este diálogo, e que todos os dias tomam rumos distintos porque o movimento dos dias obriga-nos a olhar, a ver, a contemplar as diferenças, as cores e texturas, a quietude, e a desvendar os mistérios de “aromas doces que inebriam tudo”. Um álbum que nos educa o olhar e a desbravar cheiros e cores.
Elena Bernabè sonhava em ser escritora. Aos nove anos, pede aos pais que lhe ofereçam uma máquina de escrever; a partir de então, a melodia do movimento das teclas impregnou os seus dias. Falava pouco, mas escrevia muitíssimo. Cartas, contos e diários acompanharam a sua infância e, sobretudo, a sua adolescência. Licenciou-se em Psicologia, e mais tarde compreendeu que a Psicologia e a escrita estão ligadas. Actualmente, escreve a partir do poço maravilhoso da psicologia, do mundo interior.
Alba Azaola sempre teve dificuldade em concentrar-se numa só coisa. De maneira que, enquanto crescia, para além de ler e pintar, dedicou-se a brincar com o irmão, a viajar e a viver aventuras com gente fantástica. Estudou biologia e oceanografia. Voltou a estudar, desta vez ilustração e ilustração científica, e descobriu com alegria que para ser ilustradora não precisava de se concentrar só numa coisa, mas antes viver muitas aventuras, amar muita gente e ir até ao bosque à procura de poupas.
Fran Pintadera cedo pegou num lápis e começou a escrever histórias. A primeira linguagem escrita foi a poesia, uma maneira precisa e deliciosa de comunicar consigo mesmo, com os que estão perto de nós e com quem nunca conheceremos. Depois vieram os contos, as novelas, o teatro e qualquer forma artística, na qual a palavra se sentisse confortável.
Ana Sender nasceu em 1978, numa cidade chamada Terrassa, na periferia de Barcelona. Teve a sorte de se dedicar à ilustração e à escrita. O que pouca gente sabe é que também é uma grande coleccionadora de medos, mas desenhar quase nunca lhe dá medo e é das coisas de que mais gosta no mundo. Outras coisas de que gosta são bosques, partilhar histórias, da filha Ariadna, javalis e de conseguir fazer algo, mesmo que a assuste.
Catarina Sacramento traduziu estes dois belíssimos livros.
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