É uma das mais fragmentadas séries de fantasia disponíveis no mercado, composta por quatro livros principais e uma série de pequenas novelas, publicada em Portugal com o selo da Saída de Emergência em 6 volumes – o 4º foi dividido em duas partes e o 5º, intitulado “Trono Partido”, reúne todas as novelas com mapas diversos à mistura.
“Rainha Vermelha” (
, 2015) é o livro de arranque – e que dá nome à série – desta saga conduzida por Victoria Aveyard onde, ao bom estilo do Admirável Mundo Novo de Huxley, o destino de cada um está pré-determinado. Aqui, ao contrário da genética, é o sangue que define as relações de poder e sustenta toda uma estrutura social. De um lado estão os plebeus de sangue vermelho, ralé, escumalha ou, se preferirem uma expressão não menos simpática, carne para canhão. Do outro está a elite de sangue prateado, dotada de capacidades sobrenaturais como se saída da escola do Professor X.
Mare, uma rapariga de dezassete anos, é mestre na arte do furto, sobrevivendo e alimentando a família à conta de carteiras esmifradas e de tudo aquilo a que consiga deitar os dedos ágeis. Aos 18, todos os Vermelhos são obrigados a passar pelo Recrutamento e, uma vez que não sabe qualquer ofício – legal – e não tem emprego, será “mandada para a guerra como todos os outros ociosos”, uma guerra que se arrasta já há 100 anos.
Num encontro fortuito com um desconhecido num assalto que dá para o torto, Mare acabará por contornar o destino indo trabalhar para a Mansão do Sol, com a missão servir o rei. Porém, aquilo que se adivinhava ser um simpático trabalho para pagar as contas, irá virar-lhe a vida ao contrário, bem no meio de um turbilhão onde se verá transformada num símbolo de amor e ódio, capaz de liderar a Guarda Escarlate – a Resistência dos Vermelhos – numa revolta com todo o ar de um David vs Golias.
Romances improváveis, amizades postas à prova, famílias apartadas, combates épicos, vilões mais ou menos previsíveis e muita política, num arranque marcado pelo poder de resistência à tirania que, tal como nos Jogos da Fome, nos serve um mantra para dias melhores: ergam-se, vermelhos como a alvorada. A revolta prossegue em “Espada de Vidro”.
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