Cid, o menino ruivo e mais sardento do bairro, quer escrever uma história bonita, com muitas pessoas, coisas e situações diferentes. Uma aventura sem fim. Uma história onde ninguém fica de fora. Para escrever tal história talvez fosse melhor um trabalho conjunto, por isso convidou a Cidália, a sua amiga. Juntos, começaram a esboçar a melhor estratégia para iniciar a escrita, onde havia apenas uma condição: “Tem de ser uma história interminável”, “uma aventura sem fim” onde todos possam entrar. Catatuas, sapos, girafas, leões, cavalos, borboletas, professores, arquitectos, astronautas, pianistas, canalizadores, hindus, gurus, cristãos, refugiados, migrantes, ateus, desportistas, crianças, poetas, anciãs, amigos, pais e mães, japoneses ou brasileiros e, ainda, cadeiras de rodas, trotinetes e muitos outros personagens, objectos e cenários. Ninguém poderá ficar de fora. Será que o Cid e a Cidália conseguirão alcançar o seu objectivo?
“História Interminável” (Paulinas Editora, 2022) é uma história que nos fala de cooperação, de acolhimento, da importância de cuidar e incluir, tão relevante num mundo que se quer tolerante e plural. Preconceitos, estereótipos, multicultural e inclusão serão palavras poucos familiares para os mais jovens. No entanto, os pequenos leitores são sensíveis à temática e entusiastas pela aprendizagem de novas palavras e à partilha de ideias.
As guardas, principais e finais, apresentam-nos pintarolas de múltiplas cores, aludindo à alegria e ao divertimento. As linhas pretas, de volta irregular, conduzem o leitor à vontade de escrever. As ilustrações de Cátia Vidinhas ornamentam o texto, dando-lhe vida, ritmo e contentamento. Um livro para ler e reler, explorar e sobre o qual conversar.
Marta Duque Vaz andou sempre por dentro dos livros. Confessa-se leitora, em primeiríssimo lugar. Começou a escrever nos jornais regionais, em Vila Nova de Famalicão, onde nasceu; passou pelo Semanário Minho, em Braga, e pelo Diário de Notícias, no Porto, mantendo-se sempre no jornalismo de imprensa, a sua paixão mais antiga depois da poesia. Viajou, mudou de profissão, foi gestora em diversas empresas e, em 2009, regressou, ao jornalismo. Escreveu “A Senhora Clap e o Mundo na Palma das Mãos”, adaptado a uma peça de teatro, em 2016, no Rio de Janeiro. É mentora e dinamizadora de projectos na área da Educação Não Formal, nomeadamente AntropoConversas, oficinas de antropologia para crianças. Licenciada em Antropologia, vive no Porto desde os 19 anos. Mudou a sua vida para poder contar histórias. Com tempo e memória.
Cátia Vidinhas nasceu em 1989. É licenciada em Design Gráfico, tem uma pós-graduação em Design da Imagem e mestrado em Multimédia. Em 2015, viu o seu trabalho destacado pelo Prémio Nacional de Ilustração com o livro WonderPorto. Em 2017, foi a vez do livro Infâncias, distinguido pelo Golden Pinwheel Young Illustrators Competition e eleito, pela brasileira Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, o melhor livro na categoria «Literatura em Língua Portuguesa».
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