De capítulo curto em capítulo curto, de personagem em personagem, Lucy Foley vai descortinando o mistério de “O Apartamento em Paris” (Planeta, 2023).
Um livro viciante, que nos faz querer desvendar sempre um pouco mais, com capítulos breves que ajudam a que seja devorado com rapidez – mas não com menos avidez. O facto de cada capítulo representar o ponto de vista de diferentes personagens, ajuda a dar outra visão e riqueza à história – e, por vezes, a adensar o mistério.
Sem saber falar a língua local, num prédio onde todos são suspeitos, como conseguir resolver o mistério do desaparecimento de um familiar? A atmosfera descrita é pesada, a tensão é cada vez mais palpável e as ligações entre personagens parecem ir-se intrincando cada vez mais.
O background (um pouco infeliz) de Jess, a personagem principal, ajuda também a conferir outra expressão à história, e à sua necessidade de conseguir encontrar o seu meio-irmão Ben, o qual teve um pouco mais de sorte na vida: enquanto Jess andou de instituição em instituição, Ben teve a fortuna de ser acolhido por uma família abastada. A isso soma-se o seu charme natural, que parece ser capaz de encantar qualquer pessoa… até ao seu misterioso desaparecimento.
Um livro sem muita substância mas bom no que toca ao género e ao que se propõe: aguçar a curiosidade e fazer-nos querer ler sempre um pouco mais.
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