As mangás continuam a ser o fruto da época e, por esta altura, são muitas as editoras que olham com atenção para este fascinante universo. No caso da ASA, uma dessas séries tem sido Cagaster, escrita e desenhada por Kachou Hashimoto, que parte mais ou menos desta premissa: No final do século XXI, uma estranha doença, baptizada «Cagaster», fez a sua aparição. Um em cada mil humanos é contaminado por este mal, que provocou a metamorfose dos infectados em monstruosos insectos antropófagos e levou à morte de dois terços da humanidade.
O ambiente de “Cagaster 3” (Asa, 2022) é algo soturno, com Kidow em pranto depois de assassinar Lazarus, já a caminho de uma perigosa transformação. “Porque, de agora em diante terei para sempre, em mim, no meu coração… este deus crucificado que sangra e sofre”. Mortes à parte, é agora necessário pensar na logística, o que quer dizer que há que substituir Lazarus para que Petrov não aproveite esta brecha de diâmetro considerável – Lazarus e Petrov que foram, em tempos, bons amigos.
O livro deixa passar três anos desde a morte de Lazarus, para descobrirmos um Kidow que, segundo Ilie, regressou mais retorcido. Lyli ganhou uma bolsa de estudos para estudar na E-01, o que faria dela a primeira órfã a consegui-lo – cumprinso assim o desejo de Qasim -, mas está mais virada para formar um gangue. Qasim que, neste volume, terá direito a uma atenção especial.
Este é, porém, um livro centrado em Ilie, a partir da dúvida nascida na cabeça de Kidow: como terá ela conseguido livrar-se de um ataque de um insecto sem um arranhão? Uma interrogação que trará para a luz personagens como o Doutor Franz Chilio, que originalmente avançou com a ideia de que os homens se transformariam em insectos. Um volume com muita árvore genealógica pelo meio, um flashback tremendo e a história de como surgiu o primeiro cagaster, e que constrói uma bela ponte para o quarto volume. Com este terceiro título, Cagaster acabou de subir de patamar.
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