Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
Uma miniaturista do quotidiano, a modernista Katherine Mansfield marcou a cena literária inglesa do início do século XX com “Festa no jardim”, uma colectânea de contos em que se evidencia um humor subtil aplicada à crítica social inequívoca.
Nesta colecção de contos, a última que publicou em vida, a neozelandesa Katherine Mansfield aplica o seu talento literário em subtis retratos dos pequenos dramas mundanos: a delicada ingenuidade com que a colisão de classes é vivida no conto titular, “Festa no Jardim”; o vulto do patriarca e o choque da sua ausência em “As Filhas do Falecido Coronel”, a exaustão da busca por afecto e privacidade, na história “A Vida de Ma Parker”.
Pioneira do conto modernista, Mansfield encontra na natureza sintética dessa forma uma ambiguidade libertadora. Além da superfície do mundo que representa, a autora encontrou, nas hesitações e dúvidas de uma personagem, nas omissões e implicações de um texto, as realidades inarticuláveis, mas profundamente humanas, que dão vida aos seus contos. É por esta capacidade, de escutar além do que imaginar é dito, além do que fica impresso, que continua a ser uma das vozes mais celebradas do Modernismo.
Sobre a autora
Katherine Mansfield nasceu em Wellington, na Nova Zelândia, em 1888.
Teve uma infância próspera, terminando os seus estudos em Londres, em 1903. É neste período marcante que decide tornar-se escritora.
Quando regressa a casa, três anos depois, vê-se incapaz de se readaptar à sociedade oca e sufocante de Wellington e, em 1908, volta para Londres, não mais regressando à sua terra natal.
Em 1910 torna-se colaboradora da revista New Agee. No ano seguinte, publica a sua primeira colecção de contos: “In a German Pension” (1911).
Em 1912 começa a escrever para a revista Rhythm, depois renomeada como The Blue Review. Aí trabalha com o editor John Middleton Murray, com quem casaria em 1918.
Porém, em 1915, a morte do seu irmão Leslie num incidente militar choca Mansfield.
A autora começa a reflectir sobre a sua infância na Nova Zelândia, época que inspiraria vários dos seus contos mais reconhecidos, como “Prelude” (1916).
Em 1917 é-lhe diagnosticada tuberculose, doença que se revelaria fatal.
Apesar de viver os seus últimos anos consumida pela busca de uma cura, estes são também os anos mais literariamente frutuosos.
Em 1921 publica “Bliss e Outros Contos” e, no ano seguinte, “Festa do Jardim e Outros Contos” (1922), que cristalizam a sua evolução como escritora, tanto na maturidade do pensamento como na habilidade estilística.
Mansfield morre em 1923, em Fontainbleau, França. “O Ninho da Pomba e Outras Histórias” (1923), “Algo Infantil e Outros Contos” (1924), excertos de diários e cartas são publicados postumamente por Murray, que recorda a qualidade «essencial» da escritora como «um tipo de pureza», uma clareza de voz cujas imagens delicadas realçam a visão cortante que deixa da sua era.
Katherine Mansfield continua a ser internacionalmente celebrada como uma das figuras definitivas do modernismo.
Editora: Penguin Clássicos
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