Segundo Thibaud Villanova, que pôs as mãos na massa e confeccionou 40 de entre “Os Banquetes de Astérix” (Asa, 2021), este foi um livro precedido por outras sete obras, onde teve a “possibilidade de cozinhar e viajar nos mais importantes universos do cinema, dos videojogos, das séries televisivas e da literatura fantástica”. Admitindo ter posto o avental sempre com a ideia de respeito pelas referências, diz ter querido prestar “uma homenagem culinária ao mais francês dos heróis, ao mais corajoso dos gauleses”.
“Os Banquetes de Astérix” é um livro que, mesmo não estando destinado aos mais preguiçosos da cozinha, não precisa de poção mágica para chegar da teoria ao prato, estando nele presente a ideia de partilha: “Quer seja um cozinheiro amador ou experiente, a intenção é acompanhá-lo diante do fogão de modo a que nenhuma palavra do léxico culinário ou nenhuma técnica de cozinha lhe escape”.
Num périplo geográfico, o livro surge dividido em quatro grande banquetes: gauleses; dos povos vizinhos; romanos; terras longínquas. No final de cada capítulo há diversas e úteis dicas de cozinha, bem como explicações sobre ingredientes, técnicas de cozinha ou utensílios. Para cada receita, há sempre uma foto muito ilustrativa (por vezes em página dupla), indica-se a quantidades de pessoas que se poderão banquetear à mesa, os tempos de preparação e cozedura, o grau de dificuldade e os ingredientes necessários para fazer a festa.
Nestas receitas, inspiradas nas muitas viagens de Astérix e Obélix, encontramos a caldeirada de Massília, o explosivo queijo corso de Meia Deleitix, bolo com frutos servido à rainha das rainhas, salmão picto à moda de Mac Mamã e, claro, o clássico javali. Há ainda, guardado a sete chaves, o herbário do Druida Panoramix, a que só falta mesma o revelar da receita da poção mágica. Um livro para estômagos fortes e curiosos, que irão rematar cada uma das refeições com um Por Tutatis!
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