“Era uma vez um rei. Como todos os reis, tinha uma coroa. Também tinha muitos sonhos. Mas não tinha reino”. Este é começo de “O Meu Reino Por Uma Nuvem” (Hipopótamos Edições, 2021), um livro que nos dá a conhecer um rei sem reino que “um dia encontrou uma princesa adormecida, deu-lhe um beijo e ela acordou. Apaixonaram-se”.
Esta é a história de um rei e uma rainha que gostavam mais de brincar do que de reinar. A felicidade estava nas nuvens, onde passavam os dias brincando ao som dos mais belos cantos dos pássaros. Um dia, a “rainha adormeceu. O rei beijou-a, mas ela não acordou”. A tristeza apoderou-se do rei até ao dia que deixou de responder, mas os pássaros continuaram a cantar as mais belas sonatas. Esta é uma história de liberdade, onde os reis trocam os castelos por nuvens. É, também, uma história de amor, felicidade e imaginação, uma ode ao puro prazer de brincar.
Nazaré de Sousa escreveu um texto inspirado nas histórias tradicionais, claro e intencional, poético e sensível. As guardas do livro, ilustradas por Renata Bueno, marcam o princípio e o fim da narrativa: as iniciais possibilitam desvendar que reis e rainhas farão parte da história; as finais induzem-nos à negritude, à tristeza, mas também à liberdade que nos é oferecida pelo cantar dos pássaros.
As ilustrações da narrativa convidam o leitor a participar numa experiência sensorial e lúdica. Fotografias e memórias de experiências artísticas compõem os cenários, para desenhar finas linhas que oscilam entre o tosco e o elegante, dando corpo às personagens e transparecendo a leveza necessária para habitar nas nuvens. Uma história para ler em voz alta, a pares, e reler muitas vezes. Uma história para brincar com a imaginação.
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