48 números depois, compilados em 6 álbuns de capa dura, eis que chega ao fim Outcast, a série de terror imaginada por Robert Kirkman, o criador de The Walking Dead. Em “A Escuridão Cresce” (G. Floy, 2021), proscritos de todo o país viajam até Rome, na Virgínia Ocidental, preparados para a Grande Fusão que, para bom entendedor, significa qualquer coisa como o fim do mundo tal como o conhecemos.
Kyle, sobre quem recaem todas as esperanças e medos, continua perdido em dilemas existenciais, incerto sobre se terá praticado o bem ou o mal – isto enquanto o poder de ambas as facções em combate vai crescendo a bom ritmo, e no qual os infiltrados poderão desempenhar um papel decisivo.
Série escrita já de olho na adaptação televisiva, Outcast apresenta ilustrações de traço grosso, com cores que se vão mantendo – e ao leitor – nas sombras. Os pequenos quadrados, pendurados nas ilustrações como molduras, são quase fotografias de grande plano com o tamanho de selos, detalhes para a construção de um storyboard propício à transformação dos desenhos em imagens televisivas. Uma série que, na sua aparente conclusão, mostra que a paz não pode ser dada por garantida, obrigando a um constante olhar por cima do ombro.
Robert Kirkman é um dos mais influentes criadores de comics actuais, e um dos cinco parceiros da Image – curiosamente, é o único que não é fundador. Ficou mundialmente famoso pelas séries The Walking Dead e Invincible e, em menor escala, pela criação de Marvel Zombies.
Paul Azaceta, o desenhador de Outcast, ilustrou séries como Demolidor, Punisher Noir ou Homem-Aranha. O seu trabalho pode também ser visto no policial noir Potter’s Field: O Cemitério dos Esquecidos (com argumento de Mark Waid), também com edição portuguesa pela G. Floy.
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