É, apesar – ou por causa – dos tempos actuais pouco dados à aproximação, um dos livros interactivos mais essenciais do momento, que mostra aos mais catraios o que é essa coisa boa dos “Beijos” (Orfeu Negro, 2021).
Há, ao longo destas páginas cartonadas que convidam à descoberta, beijos escondidos, beijos salgados, beijos sentidos ou beijos bem demorados, trocados por peixes, abelhas, serpentes ou elefantes, mostrando que não há tamanho para a arte e o prazer da beijoquice.
Um livro delicioso, que alia a cor à multiplicidade das formas, geométricas e outras, onde um sol convidativo convida a um passeio pela montanha ou a subir ao topo de uma árvore exótica. Ou, ainda, a uma experiência sensorial que implica deslizar, dobrar, vincar, desdobrar ou abrir, que serve para trocar beijos com muito entusiasmo e uma (imaginária) banda sonora. Sempre a rimar, mexe-se em orelhas, afagam-se trombas ou fazem-se festas em rostos bem dispostos. Depois disto, o beijo de boas-noites jamais será como dantes. Chuac.
Marta Comín vive em Valência. Estudou Belas-Artes e é ilustradora. Os seus álbuns são dados à surpresa e convidam à descoberta do mundo, numa exploração narrativa e sensorial onde os mais pequenos se divertem – e brincam – com boa disposição. Tem livros publicados em espanhol, francês e, depois destes “Beijos”, também em português.
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