Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
“Vamos ao Teatro” | Dina Soares
Não há última deixa: mesmo com todos os preconceitos e mortes anunciadas, o teatro existe desde que existe o mundo. E, durante a pandemia CoVid -19, continuou a existir. O que se lê neste livro comprova isso mesmo e, mais ainda, que um espetáculo teatral é um ser vivo que nasce e morre todos os dias e cuja existência depende de uma grande equipa. Este é o álbum de família da peça Só Eu Escapei, levada à cena no Teatro Aberto, em Lisboa, entre o Outono de 2020 e a Primavera de 2021. São páginas-retratos de todos os parentes: o encenador, a dramaturgista, as atrizes, os responsáveis pela cenografia, o guarda-roupa, a luz, o som. A história de mais uma equipa única e irrepetível, a confirmar de novo a resistência de uma arte intemporal.
Dina Soares é jornalista desde 1987. Licenciada em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, trabalhou em diversos meios de comunicação social, entre os quais os jornais Expresso, Diário de Lisboa e Semanário, na TVI, onde fez parte da equipa fundadora, e na Rádio Renascença.
“As Invisíveis: Histórias Sobre o Trabalho de Limpeza” | Rita Pereira Carvalho
Viajam quando a cidade dorme. Entram cedo e saem tarde. Estão em todo o lado, porque é raro o edifício, público ou privado, que as dispense. São discriminadas, porque são, muitas delas, imigrantes. O que fazem não produz nada de material, de palpável, de preferência nem um grão de pó. Aqueles para quem o fazem mal sabem ou reconhecem que elas existem.
«Sentes que quando és das limpezas te tornas invisível em relação às outras pessoas», diz Ana Isabel. Este livro retrata as vidas distintas de treze mulheres e um homem e uma profissão em comum: as limpezas industriais. Traz para a luz a realidade ignorada de quem precisa de umas costas de aço, de uns braços bastante competentes e de força, não só física, para limpar o que os outros sujam, sem se preocuparem muito em lhes agradecer.
Rita Pereira Carvalho nasceu em 1993 e é jornalista. A redação do Jornal i e do Semanário Sol foi a sua primeira casa, onde entrou em 2018, depois de concluir uma pós-graduação em Jornalismo Multiplataforma. Passou pelo Expresso e faz agora parte da redação da Sábado.
Campo dos Bargos: O futebol ou a recuperação semanal da infância | Jorge Reis-Sá
Regressar à infância: não é isso, afinal, o que mais se procura?
Esquecer as preocupações e as responsabilidades e, de novo, jogar à baliza com os primos.
A maior ânsia é não se ser batido pelo remate do mais velho. É isso que o futebol permite: regressar à infância a cada quinze dias, sempre que joga o clube de eleição.E esse jogo acontece no campo mais memorável: chame-se ele Luz, Alvalade, Antas, ou Bargos, o do Famalicão. O futebol é o maior criador de ídolos, como de vilões e heróis.
Neste livro conta-se uma história muito pessoal, mas também daquelas onde qualquer adepto se pode rever, trazendo para agora aquilo que se viveu num relvado real, relembrado ou só sonhado.
Jorge Reis-Sá nasceu em Vila Nova de Famalicão em 1977. Licenciado em Biologia, fundou em 1999 as Quasi Edições, que editou até 2009. Foi, entre 2010 e 2013, editor na Babel. É, desde 2013, editor da Glaciar e consultor editorial de várias instituições e editoras. Estreou-se em 1999 com um livro de poemas. Desde aí publicou poesia, contos, crónicas e romances. Colabora desde essa altura com a comunicação social, tendo sido cronista da LER e da revista Sábado, entre outras publicações. Editado no Brasil pela Record, viu o seu romance “Todos os Dias” (Dom Quixote, 2006) ser considerado um dos livros do ano pela revista “Os Meus Livros”. Reuniu a sua poesia em 2013 no volume “Instituto de Antropologia”, recentemente editado em Itália. Em co-autoria com Henrique Cymerman, publicou pela Guerra & Paz “Francisco, de Roma a Jerusalém”, o livro que não só relata a viagem do Papa Francisco à Terra Santa como nos aproxima de uma maneira única da sua pessoa. O próprio Papa Francisco autorizou a edição do livro, permitindo extraordinariamente num volume sobre a sua pessoa a inclusão dos discursos, alocações e homilias por ele feitas durante a viagem. Co-organizou, com Rui Lage, a maior antologia de poesia portuguesa alguma vez feita, “Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI”. Publicou em 2015, acompanhado pela reedição de “Todos os Dias”, o seu segundo romance, “A Definição do Amor”, ambos na Guerra & Paz, com edição brasileira pela Tordesilhas. O seu último livro foi publicado já em 2018, a biografia para os mais novos “António Lobo Antunes, O Amor das Coisas Belas (ou pelo menos das que eu considero belas).
Editora: Fundação Francisco Manuel dos Santos
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