Depois dos insectos, dos animais, dos oceanos, das aves e das flores, Yuval Zommer faz um resumo da matéria dada, acrescenta-lhe umas expansões e chega-se à frente com “O Grande Livro da Vida” (Bizâncio, 2021). Um livro de grande – gigante – formato que, segundo o autor e ilustrador, representa “a minha maneira de celebrar as ligações maravilhosas entre nós, humanos, e o mundo natural”.
Misturando a informação telegráfica com ilustrações onde há muitos pormenores por descobrir, Yuval Zommer nomeia os grupos de seres vivos com quem partilhamos o planeta (mamíferos, invertebrados, peixes, aves, plantas, anfíbios, répteis), mostra-nos a unicidade da natureza (como cada zebra ter um padrão de riscas próprio), fala-nos sobre a construção de casa (entre elas, a curiosidade de os caranguejos-eremitas fazerem fila por ordem de tamanho para arranjar uma casa maior – uma concha que lhes serve de casa móvel), discorre sobre formas de comunicação (como os pássaros-lira da Austrália sabem imitar o chamamento de outros pássaros, alarmes de carros ou a voz humana, ou as lulas dos recifes mudarem de cor para comunicarem entre si), realça a relação dos animais com a chuva (um esquilo consegue dobrar a cauda por cima do corpo e usá-la como chapéu-de-chuva).
Entre tantos outros assuntos, há ainda espaço para a formação das famílias, pistas para descobrirmos a idade dos outros animais – isto na falta de festas de aniversário -, as fases de crescimento e desenvolvimento, a importância do tempo passado ao ar livre, o trabalho de equipa, a queda de cabelo (ou de pêlo), o movimento constante, a procura de comida, as estações do ano, o sol e o ar, o ecossistema, para que serve o cocó, os esqueletos, a inteligência ou os sentidos.
O glossário fica guardado para o final e, pelo caminho, cabe ao pequeno leitor encontrar as 15 pegadas escondidas no livro, em ilustrações que celebram a diversidade e apontam à preservação deste planeta para o qual não há plano alternativo – pelo menos para todos.
Sem Comentários