O camaleão é um réptil, que pertence à família dos lagartos. Dizem que é um bicho muito velho, que surgiu nos idos tempos da criação do mundo. Tornou-se muito popular porque muda de cor facilmente, o que faz com que tenha a capacidade de se adaptar a diferentes contextos e de ficar dissimulado quando é necessário. Há, porém, um camaleão chamado Camilo, que se sente triste e apagado desde tenra idade, pois os seus amigos conseguiam mudar de cor mas ele não.
“Camilo, o Camaleão” (Nuvem de Letras, 2021) esclarece que os “humanos, geralmente, acreditam que os camaleões mudam de cor para se esconderem dos inimigos, se necessário for. No entanto, não é verdade (não vale a pena mentir). Afinal, tudo se resume ao que eles estão a sentir”, uma forma de comunicarem as suas emoções. Todos o conseguem fazer, excepto o Camilo, um camaleão um pouco diferente dos outros. Mas rapidamente Camilo irá descobrir que tem outras formas de o fazer: conversar, falar sobre o que se sente, pode fazer a diferença. Não é essencial que sejamos todos iguais, há apenas que aceitar a diferença. Na dissemelhança há valor. Um livro para ler em pares, dando origem a uma excelente conversa sobre a diferença, a confiança e as emoções, sendo dispensáveis as pistas de actividades que surgem no final do livro.
Hannah Peckham teve uma relação inicial bastante difícil com a leitura e a escrita, tendo sido diagnosticada com dislexia severa aos 5 anos de idade. Em 2007, iniciou a carreira profissional dando voz a documentários e anúncios de TV e rádio. Após 3 anos de terapia para combater a ansiedade, estudou Psicologia e trabalhou em escolas e centros de aconselhamento para jovens. Depois de ser mãe, e querendo lutar contra o estigma associado a falar sobre saúde mental, escreveu “Camilo, o Camaleão” para ajudar as crianças a falar sobre (e a lidar com) as suas emoções, compreender os sentimentos dos outros, resolver conflitos, encorajar a autoestima. O livro tornou-se um bestseller na Amazon.
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