“A Bola Vermelha” (Orfeu Negro, 2021) é um espanto. Um álbum simples, belo – belíssimo -, sensível e de grande inquietude.
É vermelha, tem forma de bola e foi encontrada entre as árvores. Será uma bola? Parece uma bola, mas será mesmo uma bola? De onde virá? O que será, afinal, aquela bola vermelha? Uma fruta? Um pássaro ou um caracol? Um caranguejo ou um peixe?
Nas primeiras páginas, é dada a oportunidade ao leitor de acompanhar o personagem e de entrar na brincadeira, procurando o verdadeiro destino da bola vermelha – será que o vai conseguir? Entre um Ah! ou um Oh!, que logo se transformam num Iée!, o leitor vê-se convidado a participar na aventura.
Ao longo da narrativa, a curiosidade vai sendo aguçada e o leitor desassossegado. Em cada página existem dúvidas e perguntas, surpresas e transformações. Múltiplas leituras e explorações. Inúmeras possibilidades para brincar com a imaginação, num livro que é ideal para ler a par ou em grupo.
“A Bola Vermelha” é uma narrativa visual composta a três cores – preto, branco e vermelho -, recorrendo à técnica do lápis, tintas, gravuras e finalizada digitalmente. As aproximações e afastamentos, os jogos com os enquadramentos, dão à ilustração um ambiente lúdico e divertido. As guardas iniciais induzem o leitor ao ambiente campestre, onde as árvores desempenham o papel principal, enquanto as guardas finais repetem o ambiente com um pequeno pormenor que faz toda a diferença.
Vanina Starkoff nasceu na Argentina e vive no Brasil. É ilustradora de álbuns para crianças e dupla finalista do Prémio Golden Pinwheel (Xangai, 2018 e 2019). Nos seus livros encontramos histórias inclusivas, multiculturais e uma harmonia com a natureza.
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