“Sou Uma Sombra” (Arte de Autor, 2019), o terceiro volume das aventuras de Duke, é talvez aquele que olha com uma maior profundidade para a decadência que vai assistindo a humanidade desde tempos imemoriais. Depois de ter brincado durante uns tempos aos casais felizes, Duke assume de vez a sua costela negra: “Sou um criminoso, um assassino. Sou uma sombra à espreita na noite, um predador. Eis o que sou. E o que serei. Sou a morte que ronda. Para sempre”.
Estamos em Ogden, Colorado, ano de 1868. “Aquele Que Mata”, o segundo volume da série, havia feito desaparecer do mapa Clem, o irmão de Duke, que acaba por fazer cumprir – ainda que de forma meio travessa – as palavras do irmão: “Acho que reaparecerá quando eu me for embora, como sempre”.
Clem acaba por (re)aparecer quando o irmão está a escoltar uma diligência, que transporta qualquer coisa como 100.000 dólares. Algo que obriga Duke a jogar à defesa, dividido entre não deixar escapar o dinheiro e impedir que Clem parta desta par melhor.
Na sua tentativa de recuperar o dinheiro, Duke vê-se caçado por um grupo de malfeitores enviados pelo pouco escrupuloso Mullins, que o tornam prisioneiro e o transformam em guia da caçada, uma vez que só ele parece saber do paradeiro do irmão.
Um livro onde Duke será posto entre a espada e a parede, precisando de todo o seu jogo de revólver para sair por cima e deixar para trás uma cidade governada por uma estranha noção de justiça. O que, a julgar pela última página, não será tarefa fácil.
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