“O Homem que Falava Sozinho” (Editorial Novembro, 2020) – vencedor do Prémio literário Germano Silva em 2020 -, de Mitro Vorga, mistura com atento tempero poesia e prosa, resultando numa obra de prosa poética que apresenta uma reflexão filosófica e intimista do narrador solitário, do qual nunca conheceremos o nome.
Oriundo de uma casa grande com serviçais de meia idade (Maria Ambrosina e Joaquim), este narrador é produtor das mais belas rosas da região e tem – ou herdou – um piano, recriando as memórias passadas (incluindo o seu grande amor por Leonor, já falecida) na companhia do seu “fantasma” criança, com quem vai discorrendo sobre temas como a moral, a religião, a política, o amor, a morte ou solidão.
Um exercício de introspecção, desenvolvido num plano marcadamente onírico e no seio de uma grande casa onde reside só mas que, outrora, foi alegre e buliçosa. Um livro que desnuda a alma de um homem, mostrando os seus sentimentos mais profundos que são, afinal, tão próximos de todos nós.
1 Commentário
Agradecer a maneira tão correcta como caracterizou a obra!