Para aqueles que, chegados à idade adulta, ainda gostam de uma boa série de desenhos animados – ou bonecos -, “O Incrível Mundo de Gumball” é sem dúvida um dos melhores cartazes. Criada por Ben Bocqelet para o Cartoon Network, a série The Amazing World of Gumball foi exibida pela primeira vez a 3 de Maio de 2011, girando à volta de Gumball Watterson, um gato azul de 12 anos de idade que frequenta a escola secundária de Elmore e que tem, no irmão Darwin, um peixe, o melhor companheiro de confusões e delírios de toda a espécie. Quanto ao resto da família temos Anais, a irmã, e os pais Nico e Richard, bem diferentes no que diz respeito a meter a canalha na ordem. “Uma série familiar e colegial”, como terá dito Ben aos manda-chuvas do Cartoon Network, e que os convenceu a comprar esta série que, para além de um argumento fascinante, tem ainda a característica única de combinar diferentes estilos e técnicas, tais como desenhos feitos à mão, o uso de fantoches ou o uso de stop-motion.
Com o selo editorial da Booksmile, chegaram às livrarias portuguesas dois títulos que, não podendo transmitir todo o fogo-de-artifício visual e sonoro que enchem o ecrã na série animada, servem para guardar em papel esta família moderna que, nas entrelinhas, representa um elogio à diferença, ao humor e à imaginação.
Cada um dos livros propõe aos mais novos actividades como sopas de letras, desenho livre, contas de matemática, sudokus, labirintos, puzzles, memes ou questionários para testar a atenção à leitura, mas o melhor mesmo são as histórias, duas por volume.
“O combate” traz-nos um Gumball muito maltratado e a cheirar a contentor do lixo, vítima de um é pouco amoroso por parte de Tina, que tanto o pendura de cabeça para baixo para lhe sacar os trocos da algibeira como torna os seus trabalhos de casa ilegíveis, levando-o à expulsão. Gumball diz que tudo não passa de diversão, pelo que terá de ser Anais a chegar-se à frente e explicar-lhe o que o bullying. Richard decide ensinar ao filho uma forma de se defender, numa técnica que envolve qualquer coisa como o salto do coelho (e muito tempo passado no chão). Quanto ao Professor Pequeno, o psicólogo da escola, defende o diálogo. Já Darwin, parece ter uma armadura que pode fazer a diferença. Mas quem parece saber da poda é a mãe de Darwin, que pode ter a solução para acabar com os dias difíceis do seu rebento.
Por falar em mãe, é Nicole que, mesmo cansada, leva a filha Anais a ver Daisy, a mula que anda sobre o gelo. Mas há também um jogo chamado Atreve-te!, constituído por desafios com tanto de diversão como de consequências tramadas. Ou ainda um eletrocardiograma, que ajuda a emagrecer enquanto se vê televisão. Altruísmo em excesso pode ser tramado, parece ser o mantra deste “O Carro”.
Será “um lugar sombrio e sinistro, repleto de árvores”, o lugar ideal para montar “O piquenique”? Diz-se que o Bosque da Morte é um lugar a evitar, mas Gumball e Darwin arriscam uma visita mesmo que os esquilos digam coisas como “nunca sairão daqui com vida”. Uma espécie de iniciação ao escutismo por portas travessas.
Há ainda “Os karatecas”, uma história onde a dupla faz a cabeça à mãe para que os deixe praticar karaté, prometendo que desta vez não irão desistir ao fim de poucas lições. E levam a promessa tão a sério que acabam por se transformar em karatecas 24/24 horas, mesmo correndo o risco de serem gozados por mostrar tamanha dedicação. Depois disto, o melhor mesmo será ligar a televisão e ver esta malta em acção no Cartoon Network.
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