É umas das mais premiadas, complexas e exigentes séries de banda desenhada, que já levou para casa cinco Eisner Awards, quatro Hugo Awards, dois British Fantasy Awards e um Harvey Award. Com assinatura da dupla Marjorie Liu (texto) e Sana Takeda (ilustração), Monstress é um épico de fantasia onde há lugar para deuses, gatos (e outros animais) falantes e sombras dominantes, e onde domina a guerra, a política e a sede de poder – e, para alguns, a busca por preencher os espaços vazios da sua existência.
“Escolhidos” (Saída de Emergência, 2020), o quarto volume, mostra-nos uma Maika – ou Senhora Meialobo – desiludida consigo própria, ela que se vê odiada pelos próprios arcânicos: “Provoquei isto. Puxei um fio que desenrolou o mundo. Vingança…a minha mãe…não vale a pena”.
É tempo de recuperar o massacre em Constantine, do qual Meialobo foi uma das oito sobreviventes, escapando ao destino de ficar frente a frente com o Doutor; de lidar com um gato traidor, que ainda assim se mostra corajoso ao enfrentar a água fria sem dispor de qualquer vida extra; de acompanhar Kippa na sua viagem incrível, que envolve uma passagem pelo túmulo de Baru, o Rei Urso Morto, e a fuga a caçadores furtivos; ou de impedir que velhos deuses se libertem, caso contrário todos serão devorados, fazendo da guerra entre arcânicos e a federação um jogo de playstation.
A guerra entre Humanos e Arcânicos está iminente, assim como iminente está o encontro de Maika com as respostas que há muito procura, um passo quase final que implica a confrontação com um estranho que fez mossa no seu passado longínquo.
Continuamos a ser guiados pelo arquivo do “prezado Professor Tom Tom, antigo primeiro arquivista do templo de Is`hami e contemporâneo erudito de Namron Garra Negra”, em mais uma aventura visual dominada pelos dourados e, claro, as sombras, deixando no ar a ideia de que o grande final poderá estar à distância de mais um ou dois volumes. E, também, pela máxima de que “há sempre uma guerra. A guerra é a mais mortífera criação dos vivos e os seus apetites são infinitos”.
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