Continua em grande a história romântica de Kenshin, o espadachim da era Meiji japonesa que, depois de viver uma espécie de epifania, decidiu atirar com a violência às urtigas.
Fiel à promessa que fez a Misao, Kenshin faz-se à estrada para enfrentar Shinomori, mas o primeiro combate vai colocar frente a frente Sanosuke e Anji, o Myou-ou – o monge da destruição -, que depois de um inesperado desfecho dá por si a revelar um plano secreto: “Daqui em diante, dos membros dos Dez Espadas sáo estão o Usui, o Sonjirou e o Houji. Os restantes dirigiram-se para matar o pessoal do Aoi-Ya”.
É neste “Kenshin 14: O Momento da Promessa” (Devir, 2020) que se irá conhecer a origem do Shingan de Uonuma, um lutador cego muito perigoso e difícil de derrotar: “Diante dos meus ouvidos, qualquer ser humano é um conjunto de sons. Os batimentos cardíacos dizem-me quais os estados de espírito e os sons dos músculos e dos ossos mostram-me como irá atacar”. Uonuma que irá lutar frente a Saito Hajime, cujo poder vem do discernimento “que só os espadachins que enfrentaram a morte inúmeras vezes possuem”.
Quanto a Kenshin, tendo às cavalitas a dupla e quase incomportável promessa de regressar com Shinomori Aoshi e de lutar novamente com ele, parece estar perdido em sofismas dos quais resulta uma técnica incrível: “Vou lutar utilizando apenas o que se encontra neste quarto, para que perceba que neste estado não conseguirá derrotar-me. É durante a luta que tentarei mudar o Aoshi”. A certa altura terá mesmo de lutar para evitar a morte, mas mantendo a lâmina da espada invertida. O bom é que com Kenshin o leitor poderá sempre contar com o factor surpresa, ou com um segredo ao qual estará sempre ligada a vontade de viver.
Para o final está reservado um glossário sobre alguns dos principais termos japoneses usados em Kenshin, e Nobuhiro Watsuki a falar-nos da criação da personagem de Uonuma Usui, indicando as influências que teve, falando do vício do jogo Samurai Spirit 4 e prometendo, sobretudo por causa das críticas que lhe chegaram do público feminino, ter mais “cuidado no equilíbrio entre a luta e o drama”. Para o próximo volume, intitulado “O Grande Homem vs. o Gigante”, continuaremos a acompanhar este duelo incendiário, prometendo-se um olhar atento sobre a batalha desesperada dos que ficaram a defender Aoi-Ya dos Dez Espadas.
Sem Comentários