Quem não gosta de um final feliz? Todos sabemos que nem todas as histórias têm finais felizes, tal como nas nossas vidas. Desde cedo que, na nossa existência, fazemos escolhas perante uma variedade enorme de possibilidades, nem sempre conseguindo justificar as razões – mas será que isso importa? Será que efectivamente fazemos escolhas? Ou tudo está determinado? Será uma ilusão pensar que efectivamente fazemos escolhas? Que decidimos o caminho a percorrer? Quantas vezes tomamos uma atitude e pensamos que poderíamos ou deveríamos ter feito outra coisa?
“A História que Acaba Bem. A História que Acaba Assim-Assim. A história que Acaba Mal” (Marco Taylor, 2020) é um livro interactivo, onde o leitor tem plena liberdade de escolher o destino das personagens. Nesta história, “a paixão pode acontecer mesmo quando se anda de bicicleta de calças cinzentas”. Num dia simples, quando a paixão toca o nosso coração e “a música soa-nos de forma diferente”, a história só poderá acabar bem. “Porém, a vida nem sempre corre como queremos”: há encontros e desencontros, oportunidades desperdiçadas e outras muito bem aproveitadas, e os dias nem correm bem nem correm mal, mas assim-assim.
Há dias em que acordamos com o céu cinzento e chuvoso, e então o caminho torna-se difícil de percorrer e parece que nada corre bem. Será que haverá novas oportunidades para que esta história não acabe mal?
Histórias cruzadas que nos oferecem a possibilidade de reinventar outras formas de ler e, quiçá, de escrever novas histórias. Multiplicam-se as possibilidades de exploração: as cores, os percursos, a música, o espaço, o tempo. Uma história com três finais possíveis porque, afinal, das histórias nascem histórias.
Marco Taylor cresceu na Portela de Sacavém mas actualmente mora no Alentejo. É professor. Realiza exposições colectivas e individuais de pintura, escultura e ilustração desde 1995. Foi o criador e director do Animatu – festival internacional de cinema de animação digital -, que se realizou em Beja.
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