Lembram-se do pior pesadelo de Jessica Jones, aquele tipo com o poder de fazer qualquer um dizer ou fazer o que ele quiser, e que a certa altura Jessica conseguiu contrariar mas nunca livrar-se dele na sua mente? Pois bem, “O Regresso do Homem-Púrpura” (G. Floy, 2019) dá-se no terceiro e último volume desta série criada por Brian Michael Bendis e Michael Gaydos, colocando um ponto final nas aventuras atribuladas da mais conhecida detective privada do universo Marvel.
Agora com uma bebé pequena, Jessica procura refúgio no “esconderijo secreto que Nick Fury usou para se manter a salvo de alienígenas transmorfos”, fugindo a um tipo sem competências sociais para quem a imposição de dilemas impossíveis representa o cúmulo da emoção.
Ao fim de poucas páginas, leva-se uma martelada na cabeça ao nível da curva de um “Shining” ou do balde de uma “Carrie” – e o que dizer das primeiras palavras de Dani, a filha de Jessica e Cage, qualquer coisa como um “Iáaaaaaa Meu!” em tom masculino?
Começa então a caça ao terrorista mais procurado a seguir ao Magneto e ao Doutor Destino, e até Carol, a Capitã Marvel, se quer juntar à festa da perseguição. Mas bem lá no fundo, Jessica sabe que isto terá de ser resolvido num tête-à-tête, mesmo que os seus dotes de voadora não estejam lá grande coisa. Uma bela despedida a esta investigadora com dotes de psicóloga da estranheza, que conta ainda com uma carta de Bendis, onde este deixa no ar a possibilidade de Jessica surgir num qualquer crossover. Boas notícias.
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