Depois de um fantástico arranque, que esteve entre as nossas escolhas de 2018 no que diz respeito ao universo infanto-juventil, a nossa morta-viva preferida está de volta e, desta vez, traz companhia – ainda que não pareça lá muito satisfeita com isso.
Escrito e ilustrado por Barbara Cantini, “Mortina e o Primo Odioso” (Bertrand, 2019) transporta-nos de regresso ao Casarão Decadente, onde Mortina vive recolhida do mundo na companhia da tia Falecida e de Tristonho, um galgo albino que tem em conta como o seu melhor amigo. Enquanto Tristonho se diverte a caçar sapos e Falecida se entretém com um “período botâtico”, Mortina está a morrer de tédio por não poder sair de casa – por esta altura, imagine-se, já estamos todos.
Até que surge do lado de fora uma carruagem preta, de onde sai “um rapaz vestido como o pequeno Lorde Fauntleroy”, com um sotaque engraçado que poderá ser de França ou de Setúbal. Trata-se do primo Dárrio, da Mansão Ninharria, cheio de manias e esticado nos à-vontades, seja descrevendo o vestíbulo como “acanhado” ou o salão como “pequeno e desconfortável”.
Para animar ainda mais a coisa, os amigos de Mortina aparecem no casarão depois de receberem um misterioso convite, e da tia Falecida nem sinal. Já a Hera-Tagarela, uma das plantas incompreendidas que surgem no livro que a avó está a ler, vai crescendo a olhos vistos com cada conversa alheia que vai apanhando.
Mais uma divertida aventura de Mortina que, desta vez, nos ensina que cada um de nós tem o seu talento – mesmo que este se revele de forma acidental.
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