Está de regresso o inimitável Timmy Fiasco, o grandioso pequeno detective que, nesta terceira aventura intitulada “Volta, Tás Perdoado!” (Booksmile, 2015), mantém intacto o seu objectivo maior: o caminhar vitorioso da agência de detectives Fiasco Total, Lda. rumo ao domínio global.
Porém, o caminho não se afigura nada fácil, num prólogo que deixa Timmy «entalado entre um cão e uma carantonha» e o leitor a pensar, de entre os dois, qual irá escolher, ao mesmo tempo que o pequeno Holmes se vai perdendo em reflexões dignas de um Osho ou um Paulo Coelho: «Não há nada que meta mais medo do que aquilo que não conseguimos ver». Como é o caso do gigantesco chihuahua estrambólico, que pesa 4 toneladas, vive no cimo de um bosque de sequóias e come crianças inteirinhas (mas apenas aquelas que se aventuram no Parque Monkey Chuck).
Depois de ter sido expulso por atirar um tronco de árvore à janela do director Scrimshaw, Timmy é autorizado a regressar à antiga escola, onde ficará à experiência e sujeito algumas condições, como conseguir uma média acima dos 3 valores e, mais complicado ainda, portar-se bem.
Como em todos os livros de Fiasco, há sempre uma missão à sua espera, desta vez muito complicada: encontrar o paradeiro de um trabalho de ciências roubado – e logo a seguir perdido -, que permitirá ao seu dono escapar a uma ida forçada a jardins, praias e florestas com a mui nobre missão de recolher pedras, insectos, penas e frutos.
Não faltam, como é já tradição, motivos de diversão e interesse: Total, o sócio de Timmy, continua a ser o tranquilo urso polar que dorme vinte horas por dia – as outras quatro servem, essencialmente, para comer tudo o que esteja à mão; Molly Moskins, a stalker de Fiasco, vai viver para o Peru mas, em compensação, o seu namorado Scutaro Holmes assume o papel de mascote da escola – um louva-a-deus que distribui high fives por toda a escola -, representando um sério obstáculo a Timmy na procura do trabalho perdido; a mãe de Timmy, que trabalha agora como secretária jurídica num escritório de advogados, decide que é tempo do filho praticar um desporto, fazendo-o ingressar na equipa de baseball da escola; Roomba, o aspirador-robot inteligente, é adoptado por Timmy como meio de transporte alternativo ao autocarro escolar; e, cereja em cima do bolo, Timmy terá de fazer o trabalho de ciências com a sua eterna inimiga número um, Corina Corina.
Recomendado para crianças a partir dos 8 anos de idade, Timmy Fiasco é sem dúvida uma das mais peculiares e divertidas personagens da literatura infantil, que mostra que o mundo das crianças é muito maior – e interessante – do que todas as salas de aula do universo. As ilustrações, igualmente da autoria de Stephen Pastis, são um verdadeiro mimo.
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