Se já tiveram a oportunidade de presenciar ao vivo algumas discussões mais acaloradas, ou se costumam passar os olhos pelas sempre surpreendentes caixas de comentários das redes sociais, muito provavelmente já ouviram alguém a presentear outro alguém com uma frase deste tipo: “És um grande urso”. Após a leitura de “O Livro dos Ursos” (Bizâncio, 2019), percebemos que o insulto peca e muito pela indefinição.
Escrito e ilustrado por Katie Viggers, este álbum de grande formato conta-nos tudo o que há a saber sobre as oito espécies diferentes de ursos existentes no planeta: urso-beiçudo, urso-pardo (muito diferentes entre si, quase como nós), panda-gigante, urso-negro-americano, urso-de-lunetas, urso-polar, urso-negro-asiático e urso-malaio.
Para começar, cada um dos tipos de urso tem direito a uma página dupla, onde se fala da geografia onde vivem, do seu tamanho e da sua forma de estar na vida, listando-se também alguns factos e curiosidades: os ursos-pardos, num dia bom, conseguem comer 30 salmões (às vezes ficam-se pelas cabeças); os ursos-negros-asiáticos conseguem subir às árvores quase sem utilizar as patas traseiras; os ursos-malaios são tímidos, preferindo passar o tempo escondidos a comer todo o mel a que conseguirem deitar a pata; já os ursos-beiçudos preferem algo mais crocante, como formigas e térmitas. Mas há também factos inventados muito divertidos, como os ursos irem ao supermercado quando se acaba o mel na gruta ou, de tempos a tempos, irem ao salão de beleza para uma boa limpeza e aparadela.
Há, mais para a frente, uma comparação entre os ursos para diferentes temas, tais como alimentação, natação, escalada, corrida ou hibernação, mas também notas sobre as preocupações com o futuro que existem sobre estas espécies.
Depois disto, da próxima vez que lhe chamarem urso, devolva o piropo com sentido de humor: ok, mas de que espécie?
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