São mais dois os títulos da colecção Meninas Pequenas, Grandes Sonhos – ou, no caso do género ser outro, Meninos Pequenos, Grandes Sonhos – que chegaram recentemente às livrarias, e que apresenta aos mais novos histórias de vidas que mudaram o mundo em que vivemos.
Diz-se que “Marie Curie” (Nuvem de Letras, 2019) trocou, desde muito cedo, o desejo de ser uma princesa pelo de se tornar cientista. Porém, apesar de ser uma excelente aluna, foi proibida de seguir os estudos, decidindo assim partir para França, país onde, apesar de não arranhar muito bem a língua oficial, continuou o seu exemplar percurso estudantil.
Foi aí que conheceu Pierre, tendo a dupla passado a assinar como Madame e Monsieur Curie. Juntos descobriram o rádio e o polónio, que lhes valeu a entrega do Prémio Nobel – Maria Curie foi a primeira mulher a consegui-lo. Ficou viúva, mas nem isso impediu que o caminho da ciência continuasse a ser trilhado, acabando por conseguir um segundo Prémio Nobel.
Os seus conhecimentos foram benéficos e aplicados na medicina, e acabaram por conduzir ao desenvolvimento da Teoria da Relatividade. No meio de tudo isto, Marie Curie ainda teve tempo para fazer trabalho voluntário, ela que foi a primeira mulher da história a doutorar-se em Ciências. Um verdadeiro exemplo.
Quanto a “Ella Fitzgerald” (Nuvem de Letras, 2019), mostrou ter um precoce “sentido de ritmo e uma voz cristalina“. Foi viver muito nova para Nova Iorque após a morte da sua mãe. Faltava muitas vezes às aulas, o que lhe valeu ser enviada para um orfanato, do qual acabou por fugir por ser maltratada.
Viveu de moedas e dava concertos em esquinas, até que venceu um concurso e foi convidada por uma Big Band para uma tour pela América. Transformou-se em alguém que fez das cordas vocais um instrumento, inventando com elas letras que acabaram por dar origem ao Scat, um tipo de inspiração vocal.
Na sua carreira a solo, cantou um pouco de tudo: samba, calipso, blues, swing, gospel, soul, deixando-nos as gravações de uma voz imensa e um mantra para a vida: “O importante não e de onde vens, mas sim para onde vais“. Palavra da Primeira-Dama da Canção.
Quanto a ilustrações, ambas conseguem captar na perfeição a atmosfera da época: o espírito clássico e o papel das mulheres em “Marie Curie” – desenhos de Frau Isa -, e um dos períodos gloriosos da música – e a loucura de uma cidade como Nova Iorque – em “Ella Fitzgerald” – desenhos de Bàrbara Alca.
Ambos os livros têm textos de Mº Isabel Sánchez Vegara, que estudou Publicidade e Relações Públicas e, desde pequena, se sentiu atraída pela poesia. É directora criativa e faz anúncios para televisão, mas diverte-se mais a escrever livros. Vive em Barcelona, é feliz e gosta de ioga, jardineiras de ganga, cangurus e de galgos.
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