Nascido em 1931 em Hindengurb, Alemanha – actual Zabrze, Polónia -, Horst Ecker teve aquilo que se costuma chamar de infância difícil, começando a trabalhar desde muito jovem como ferreiro e serralheiro. Depois da II Guerra Mundial mudou-se com a família para a Alemanha Ocidental onde se empregou numa fábrica têxtil e, em 1953, foi viver para Munique, onde durante uma temporada estudou na Academia de Belas-Artes, depressa se estabelecendo como artista independente.
Em 1960 foi publicado o primeiro livro com que iniciou a sua trajectória literária e artística e, seguindo o conselho do seu editor, assinou-o como Janosh, nome que manteve ao longo de uma carreira que conta já com mais de 300 obras traduzidas para 70 línguas e um número considerável de prémios. Desde 1980 que reside em Tenerife, onde escreve e ilustra livros infantis, ficção, peças de teatro e filmes de animação.
“Eu ponho-te bom, disse o urso” (Kalandraka, 2015) traz-nos duas personagens muito afectuosas criada por Janosh: um tigre e um urso. Quando o tigre fica doente, cabe ao urso fazer de enfermeiro, tratando de satisfazer todos os caprichos – sobretudo culinários – do seu amigo, contando para isso com a ajuda da tia gansa, da lebre das sapatilhas rápidas, do elefante cinzento-gigante e de outros vizinhos do bosque que se juntam numa missão solidária.
Com a ida para um hospital de animais, o pequeno tigre irá saber o que é uma operação, um raio-x e, para sua surpresa e do pequeno jardim zoológico que levou consigo, a causa da sua estranha doença.
As ilustrações de Janosh estão carregadas de ternura e dedicam particular atenção aos detalhes e pormenores, numa história que, através de um humor carregado de subtilezas e de uma estrutura de diálogos que usam e abusam – no bom sentido – da repetição, mostram todo o valor da amizade e a importância de cuidarmos daqueles de quem gostamos. Como diz e bem o provérbio português, “hoje por mim, amanhã por ti”.
Sem Comentários