O Bons Sons arranca já na próxima semana e, para além de terminarmos de mostrar as RádioGrafias, falta-nos ainda revelar a programação paralela e dar conta do lançamento de um livro comemorativo. Tudo à boleia dos press releases:
Dança, Teatro e Performance
No ano em que o Festival Materiais Diversos completa dez anos, a parceria com o Bons Sons renova-se para potenciar o conhecimento e experiência das duas e formar esta simbiose entre música e artes performativas que dão origem a este programa composto por três espetáculos de dança.
Coexistimos, de Inês Campos, é uma das propostas de espetáculos de dança este ano e trata-se de uma colagem de metáforas sobre o desafio de se ser tantos. Ser o tigre, o domador, o palhaço triste e o ataque de riso, viver vários corpos e ser a realidade dos seus sonhos. Uma experiência que aglomera dança, teatro, cinema, manipulação de objectos e artifícios variados que tentam criar uma sucessão de ilusões.
Em Danza Ricercata, de Tânia Carvalho, contrasta-se a ideia de improviso a que estamos habituados no que toca a dança com a ideia de movimentos coreografados que são exagerados ou reduzidos dependendo do que a música pede. Um piano, um compositor, uma música, uma pianista, uma coreógrafa, uma bailarina, uma dança.
Francisco Pinho, João Dinis Pinho e Dinis Santos propõem Nem a Própria Ruína , o primeiro espetáculo do trio nortenho e que tem como base o álbum de 1978 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte de José Cid. Um espetáculo que se foca na efemeridade humana, no nosso desaparecimento e nos gestos e abraços que, na ruína, são as formas de nos salvar.
Portuguesas Inesquecíveis, com direção de Cláudia Gaiolas e dramaturgia de Alex Cassal, é a peça que dá a conhecer duas figuras femininas importantes da nossa história. De um lado, Leonor de Almeida, a Marquesa de Alorna, que esteve 18 anos trancada num convento por um crime que não cometeu. Do outro, Carolina Beatriz Ângelo, médica, mãe, feminista, revolucionária e a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911. As interpretações são de Cláudia Gaiolas e Leonor Cabral.
Já Volta a Portugal em Coreto, por Tiago Madaleno, é um monumento em forma de coreto que visita várias regiões do país com o intuito de promover uma homenagem ao performer amador. Um autêntico palco para todos aqueles que sempre desejaram mostrar o seu talento, dando espaço à cultura popular e à cultura sem dono.
Cinema, Fotografia e Vídeo
O cinema, o vídeo e a fotografia têm mais uma vez um papel importante em Cem Soldos. No 10.º aniversário do festival itinerante Curtas em Flagrante, dá-se o seu regresso ao BONS SONS com duas sessões de cinema onde são exibidas várias curtas-metragens para abrir novos horizontes.
A exposição de fotografia Dar e Receber, de Adriana Boiça Silva, transporta-nos através de imagens para momentos vividos desde 2010 na aldeia que, todos os anos, acolhe tantos visitantes temporários. Adriana partilha aqui o seu carinho especial por todos os habitantes que elevam aquela que é a experiência de ver concertos no festival. Uma exposição instalativa espalhada ao longo da aldeia que é, nas suas palavras “acolhedora e que está sempre pronta para receber e, acima de tudo, dar o melhor a quem a visita”.
Em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, Ao longe, vejo de perto a aldeia , instalação de vídeo ao longo de um percurso que convida a sair do espaço central da aldeia e a conhecer as suas redondezas. O olhar de oito jovens estudantes de Cinema sobre o quotidiano da aldeia de Cem Soldos.
Percurso Artístico
Dando a conhecer o lado menos visível do festival e da aldeia, Ana Bento e Bruno Pinto convidam os visitantes a participar no percurso artístico Cem Soldos, por detrás do Bons Sons. Uma viagem por entre as pedras, os canteiros e as portas que contaminam e se deixam contaminar pelo Bons Sons para revelar as histórias escondidas por entre a História e desvendar os segredos de quem habita no local o ano inteiro.
Conversas e Debates
O projeto de jornalismo independente Fumaça apresenta dois momentos de reflexão e crítica sobre quem somos e o que fazemos: podem as artes e a cultura ser o motor das aldeias, vilas e cidades do país que não está à beira-mar plantado?
No sábado, 10 de agosto, Territórios e Interioridade é uma conversa em torno daquilo que é possível fora das grandes áreas metropolitanas e sobre como fortalecer a contemporaneidade no campo, com a participação de Rogério Roque Amaro (economista e professor no ISCTE) e Rui Amaro Alves (professor no Instituto Politécnico de Castelo Branco e especialista em ordenamento do território).
No domingo, dia 11, a conversa Artes e produção cultural conta com a participação de Elisabete Paiva (diretora do Festival Materiais Diversos) e Ana Deus (cantora – Três Tristes Tigres, Osso Vaidoso) e pretende responder às perguntas: Há uma política pública de apoio cultural? Devem os impostos subsidiar a criação artística ou o mercado encarregar-se-á disso? O que é mesmo a formação de públicos?
Actividades para Toda a Família
Como todos os anos, o Bons Sons não seria o mesmo se não oferecesse uma grande quantidade de atividades divertidas para crianças e famílias.
Sessões de música para grávidas, sessões para bebés até aos cinco anos e oficinas musicais para crianças dos seis aos 12 anos fazem com que os vários sons da música sejam introduzidos na vida de todos bem cedo. As inscrições são limitadas à lotação.
Os Jogos do Helder estão de volta, com brincadeiras e um circuito refrescante pela aldeia. Jogos de inspiração medieval, para os quais o mais importante é estar cheio de energia, e que desenvolvem competências pessoais e sociais de uma forma divertida.
A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) marca presença no curral do Bons Sons para dar a conhecer o grande amigo que pode ser o Burro de Miranda, animal esse já muito pouco visto e usado em trabalhos rurais. Único ao nosso país, esta raça é dócil e dá um ótimo professor, guia e terapeuta. Não há família que não goste de conhecer este animal tão especial.
O Bons Sons proporciona ainda o Espaço Criança, que conta com algumas actividades diárias como jogos, trabalhos manuais, brincadeiras, ginástica, entre muitas outras. Este local tem também disponível uma zona de fraldário, um serviço de babysitting e de aluguer de auriculares infantis.
A pensar em quem privilegia ambientes tranquilos e nas famílias, este ano, o parque de campismo (de acesso gratuito aos portadores de passe geral) terá uma zona reservada que convida ao sossego e ao silêncio.
Um livro ilustrado para comemorar 10 edições de Bons Sons
Bons Sons x 10: Uma Aldeia em Manifesto é o livro que celebra os 13 anos e as 10 edições que o Bons Sons completa este ano e que revela muitas histórias da vida do festival. O lançamento é no dia 8 de agosto, às 15:00, dia em que começa o festival.
Produzido em parceria com as Edições Escafandro, o livro faz o percurso do festival e retrata os artistas que fizeram parte da sua história, desvendando curiosidades, momentos felizes, dramáticos e relatos inéditos sobre tudo o que lá se passou. Para isto, foram desafiados vários ilustradores para partilharem a sua visão sobre o que é o Bons Sons e os artistas que por lá passaram. As ilustrações são de Ângela Vieira, Joana Ray, Nuno Saraiva, Pedro Brito e Silvia Belli e os textos são da autoria de Rita Nabais, Nuno Matos Valente e João Neves (Edições Escafandro).
Na capa, quem dá as boas-vindas são os ilustres homenageados que dão nome aos palcos: Lopes-Graça, Giacometti, Aguardela, Amália, Zeca Afonso, Agostinho da Silva e os mais recentes António Variações e Carlos Paredes. No interior, cada edição do Bons Sons surge representada de acordo com a imagem gráfica que a marcou e todas juntas dão a conhecer o festival, a comunidade que o faz e parte da cultura portuguesa.
Resultado de um trabalho exaustivo, Bons Sons x 10: Uma Aldeia em Manifesto foi feito com muito amor sobre o que tem acontecido em Cem Soldos ao longo destes anos, por onde já passaram centenas de milhares de visitantes, muitos milhares de horas de trabalho e milhões de emoções.
Um livro para todos aqueles que querem recordar as memórias do festival e redescobrir os seus concertos favoritos, mas também para todos aqueles que nunca foram à aldeia e que ainda não sabem bem o que lhes espera porque nunca foram ao festival. Mergulhar neste livro é a melhor maneira de descobrir que as memórias do Bons Sons não são só feitas de música mas de atividades, jogos, conversas e um sentido de comunidade e partilha com esta aldeia que acolhe milhares de visitantes. E este livro tem esse objetivo: o de ser partilhado por adultos, crianças e famílias inteiras.
Bons Sons x 10: Uma Aldeia em Manifesto estará à venda no Bons Sons de 8 a 11 de agosto por 12,50€.
Sem Comentários