Autor de mais de setenta livros, o norte-americano Eric Carle, nascido em Nova Iorque no ano de 1929, começou a ilustrar em 1967, depois de ter trabalhado durante muitos anos numa agência publicitária. A certa altura, após ter levado para casa uma data de prémios, afirmou qualquer coisa como isto: “Creio que a passagem de casa para a escola é o segundo maior trauma da infância; o primeiro, certamente, é nascer“.
Para Carle, as crianças são criativas por natureza e capazes de aprender a ler o mundo, e os seus livros agem como uma tentativa de minimizar o temor perante o desconhecido, substituindo-o por uma mensagem positiva – preferencialmente fazendo-o de forma divertida.
Escrito em 1969, traduzido em mais de 65 línguas e lido certamente por mais de 46 milhões de pessoas, “A lagartinha muito comilona” é um verdadeiro clássico, que teve a sua edição portuguesa em 2007 pela Kalandraka. Doze anos depois e aproveitando a comemoração dos 50 anos desde a sua publicação original, a Kalandraka lançou “A lagartinha muito comilona – o meu livro pop up” (Kalandraka, 2019), onde as imagens da lagartinha que, como uma gata borralheira, se acabará por transformar numa linda borboleta, ganham agora a tridimensionalidade do pop-up com esculturas tridimensionais em papel e elementos móveis.
Os mais pequenos poderão assistir ao ciclo vital de uma lagarta, desde que nasce e se aventura a sair do casulo até à sua transformação em borboleta. Enquanto percorrem os dias da semana e vão fazendo contas de cabeça, vão também sendo presenteados com um considerável sortido – quase uma salada – de frutas e outras iguarias capazes de confortar o estômago.
Neste livro sobre a metamorfose, tema que de certa forma é uma constante na sua obra, Carle usa uma técnica de colagens à base de papéis pintados à mão, que depois transforma em imagens carregadas de cor. Uma técnica que, com o recurso a este novo formato, se transforma num passe de mágica e numa experiência física. Parabéns Sr. Carle.
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