Em tempos onde o respeito e a aceitação da diferença são ainda mais necessários para a formação de seres humanos a que não se tenha vontade de jogar as mãos ao pescoço, “O Meu Amigo Extraterrestre” (Booksmile, 2019) é um bom livro de formação para os mais pequenos. Ou, como o põe Rocio Bonilla a certa altura, um estímulo ao nosso “grãozinho de areia” que, “por mais pequeno que seja, é sempre importante“.
O pequeno protagonista desta história é um menino comum que, num certo dia, recebe em sua casa um aluno de intercâmbio, que irá ficar durante algum tempo. De acordo com o protagonista, o visitante até é simpático, mas não percebe muito bem as coisas e está sempre a perguntar o porquê de tudo. E fá-lo com algum sentido crítico, espírito cívico e derrubando as barreiras de género, firmemente erguidas na sociedade de pequenos e grandes como verdades imutáveis.
Neste livro, que servirá para que os leitores agucem a sua própria e muito particular visão do mundo e dos acontecimentos, recusa-se a imitação por espelho, aponta-se o caminho da individualidade e incentiva-se a pensar pela própria cabeça, destruindo as verdades impostas por uma sociedade pouco tolerante à diferença.
Tudo acompanhado por ilustrações belíssimas, carregadas de pormenores e detalhes, servidas com a textura da aguarela. Um livro delicioso onde cabe o universo Star Wars, o fascínio por objectos voadores e a adoração pelo desporto-rei.
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