É um daqueles pensamentos a tocar a formulação de um desejo que, provavelmente, já terá passado pela cabeça de quem anda aos figos, olha para um cesto com vontade de um afundanço ou, talvez mais frequentemente, vai ao Alive e se tem de contentar com olhar para o ecrã gigante para não ver só cabeças.
Incluído na colecção Se eu fosse, “Se eu fosse Mais Alto” (Asa, 2019 – reedição) é um convite para dar largas à imaginação, neste caso sonhando com aquilo que se poderia fazer se deus nosso senhor ou o raio da biologia tivesse decidido acrescentar ao corpo mais uns centímetros.
As propostas vão desde compor melhor as antenas de televisão – não esquecer que este livro de António Mota foi escrito há duas décadas -, lavar as orelhas às girafas ou devolver a liberdade aos tristes balões que acabam presos no cimo das torres, mas as possibilidades podem ir até ao limite da imaginação dos pequenos leitores, que certamente se lembrarão de outras utilidades para o súbito gigantismo.
As ilustrações de Rui Castro servem na perfeição este imaginário sonhador, apelando à tridimensionalidade com o recurso a muito corte e colagem, cruzando o desenho com as texturas de objectos e materiais.
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