Depois da edição de “O Melro Artista”, chega agora às livrarias “O Período Azul do Melro” (Editorial Bizâncio, 2019), relato da amizade mais ou menos improvável – e em modo BFF – entre um melro e um morcego. Juntos, tanto jogam playstation como dançam, não faltando a pintura colectiva ou o merecido descanso com o muito brit chá das cinco.
Isto até ao dia em que, inesperadamente, o melro recebe um bilhete do seu amigo, dizendo-lhe que tem de se ir embora por uns tempos, não avançando com a data prevista para o seu regresso.
O melro entra assim numa fase de profunda tristeza, que será lentamente ultrapassada pela arte, ainda que de forma deveras estranha: tudo, no olhar do melro, passa a ser azul, sejam bananas, laranjas ou mesmo auto-retratos. Preocupados com este monocronismo, os amigos decidem fazer uma intervenção.
Com ilustrações belíssimas, onde ao preto se vão acrescentando cores vibrantes em modo de um quase fogo-de-artifício e a que não faltam dedadas, borrões e outros deliciosos pormenores, Marion Deuchars apresenta-nos o b-a-bá das cores, aproveitando para reinventar o arco-íris à conta do respeito pela diferença: “E quem é que disse que as cores têm de ser sempre como as pintamos?”. Este melro sabe cantar.
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