Quem atravessou de boa memória os idos anos 80, certamente recordar-se-á de ter visto autocolantes, T-Shirts e outros adereços em redor da frase “Amor é…”, onde um casal de crianças com pouca roupa ensinava o bê-á-bá da língua amorosa.
Pois bem, três décadas depois, Suzanne Heller decidiu fazer o mesmo em relação à “Miséria” (bruáa, 2018), substituindo o lado meloso por um humor infantil algures entre o negro e o encantador, tudo para mostrar como as crianças, sem que disso os adultos se apercebam por estarem metidos no seu mundo chato, se sentem muitas vezes miseráveis. Querem um exemplo? “Miséria é quando corres para casa para ir à casa de banho e te sentas à pressa…e o teu irmão esteve lá antes de ti”.
As ilustrações são a preto e branco, com os ditos miseráveis a serem escritos a branco num fundo laranja, tudo numa edição cozida à mão a que só se poderá dar cinco estrelas. Miséria será gostar de livros e não ter um exemplar desta edição na biblioteca lá de casa.
Sem Comentários