É uma espécie de mundo ao contrário, aquele que nos é servido pela dupla Mark Millar (Guerra Civil, Kick Ass, Kingsman) e Frank Quitely (Novos X-Men, Al-Star Superman, WE3). Em O Legado de Júpiter, os super-heróis tomaram de assalto as rédeas do poder no mundo, criando uma distopia autoritária a partir de uma velha querela familiar.
Depois de um período passado na clandestinidade, Chloe, Hutch e Jason (o filho de Hutch e candidato a super-herói mais poderoso do planeta) decidem levar a luta até aos seus inimigos, reunindo uma recém-formada equipa de super-vilões que, contra todas as probabilidades, são agora os bons da fita – apesar de muitos deles torcerem ainda o nariz a uma vida de bom samaritano.
“Revolta” (G. Floy, 2018), o segundo volume que encerra a saga O Legado de Júpiter, promove o encontro de Jason com o seu pai, que há muito trocou os heroísmos pela vertigem do álcool, e que se encontra preso a um mantra existencial: “A América só está mesmo feliz quando é governada por mentirosos”. Depois de convencer o pai a voltar à luta armada, o plano para voltar a ter o mundo a girar na direcção certa é simples: “Vamos lá e damos-lhes uma carga de porrada!”.
Através dos olhos do pai de Jason, vemos aquilo em que a América e boa parte do mundo se transformaram: selfies de famosos e anónimos, guerras intermináveis e metade do mundo a viver abaixo da linha de pobreza. Ainda que curto, mora nestas páginas aqui um combate a roçar o épico e caras novas e frescas, que fazem com que os Legados possam continuar a ter esperança.
As páginas finais oferecem ainda esboços e miniaturas das vinhetas, bem como uma apresentação de toda a equipa gráfica da série. Jupiter`s Requiem, a esperada continuação, chega às livrarias algures este ano.
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