Não se lhe conhecem quaisquer fotografias ou desenhos, mas diz-se que Sun Tzu terá vivido entre os séculos VI e V a.C, pouco se se sabendo sobre este chinês que, nos tempos modernos, é ainda considerado um dos grandes estrategas que pôs os pés no planeta. Pensa-se que terá sido conselheiro militar ou general de Ho Lu, rei de Wu, para quem terá escrito este “A Arte da Guerra” (Guerra & Paz, 2018 – reedição).
Tal como Gandhi terá pensado séculos depois, o objectivo de quem anda na luta será sempre o da vitória, mas melhor ainda será optar por uma estratégia que passe por vencer por combater. O livro chegou ao Ocidente apenas no século XVIII, altura em que foi traduzido pela primeira vez para francês, tendo atingido grande popularidade nos anos seguintes. Hoje em dia tem sido vendido como um livro estratégico, com o espírito motivador e da auto-ajuda, com máximas e reflexões que poderão ser encaixadas em qualquer situação de confronto, seja no desporto, no amor ou na política.
Afirmando que a guerra se apoia na mentira, Sun Tzu elenca cinco factores fundamentais que devem ser pesados antes de se decidir partir para uma guerra ou uma situação de confronto: a virtude, as condições atmosféricas, a topografia, o comando e a organização. Se a decisão for pela guerra, esta deverá ser de curta duração, incentivando os homens através da fúria – assim como um Porto-Benfica – e prometendo-lhes recompensas, apostando contudo na preservação em vez da destruição: “Submeter o inimigo sem combater é a arte suprema”. Um livro que, com máximas como “a invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque”, parece evocar, em certos momentos, um Yoda oriental.
Esta edição da Guerra e Paz surge acompanhada de notas de alguns dos principais comentadores deste clássico ao longo dos tempos, como Ts`ao Ts`ao, primeiro comentador da obra e general e homem de Estado do fim do século II, Tu Um, poeta e homem de letras do século IX, Mei Yao Ch`en, erudito e historiador do século XI, e Chang Yu, historiador do século XII.
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