Está recomendado para crianças dos 0 aos 3 anos, com texto e ilustrações de Chris Haughton, e é um verdadeiro mimo. “Oh Não, Sebastião!” (Orfeu Negro, 2018) apresenta-nos ao cão Sebastião, que quer portar-se bem mas tem sérios problemas de comportamento quando vê, por exemplo, um bolo ainda por cortar. Ou um gato a passear-se meio atrevido. Ou, ainda, outras coisas que insistem em fazer com que um cão se empolgue.
“Portas-te bem, Sebastião?”, pergunta o pequeno Raul antes de sair de casa, recebendo de volta uma resposta consoladora -“Vou portar-me lindamente” -, ainda que na mente de Sebastião os pensamentos estejam noutra dimensão – “Espero eu…”.
As tentações são muitas, como o bolo deixado em cima do balcão da cozinha, o gato à solta com que adora brincar, um monte de terra no qual repousam umas lindas flores. Chris Haugton vai criando uma história hilariante, na qual o leitor é interpelado a adivinhar o que fará o pobre cão diante de tamanhos desafios: “O que fará o Sebastião?”. Desafios esses que vão crescendo de intensidade, e onde a repetição conduz a inevitáveis gargalhadas.
Ao mesmo tempo que aborda a necessidade de se darem segundas oportunidades, “Oh Não, Sebastião!” vai também ao encontro da sabedoria popular, que nos diz que “o que tem de ser tem muita força” – uma outra forma de dizer que a personalidade é uma coisa tramada.
As ilustrações são incríveis, apontadas ao coração da infância, numa paleta de cores explosivas mas reduzida, que apelam à imaginação para que desenhe por si própria um final para esta história muito divertida. Tal como os anteriores “Mamã?” e “Boa Noite a Todos”, este será um livro que os mais pequenos irão tratar tão bem quanto o seu peluche favorito.
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