Dieter Braun, autor de livros ilustrados e ilustrador freelancer, viajou durante vários anos pelo mundo, tudo para melhor conhecer e observar os animais de ambos os hemisférios do globo terrestre. O resultado dessas expedições é um verdadeiro mimo visual, iniciado com “Animais Selvagens do Norte” e, mais recentemente, com “Animais Selvagens do Sul” (Orfeu Negro, 2018), que logo a abrir nos deixa uma nota sobre a extinção a que vários animais sucumbiram – e outros que estarão muito perto disso:
“É certo que a humanidade não acaba se deixar de haver tigres, antas ou ocelotes, mas seria errado presumir que nós, humanos, somos o mais importante ser vivo à face da terra.”
Num livro “dedicado aos animais da metade sul do globo terrestre”, Dieter Braun apresenta, de forma sucinta, como e onde vivem, qual o seu aspecto, de que se alimentam, como se encontram uns aos outros, como se escondem uns dos outros e, também, como passam o tempo, numa viagem que vai dos tórridos recantos tropicais ao frio da Antártida, subindo ao cume das árvores, descendo à profundez dos oceanos e sentindo a aridez dos desertos.
Estão aqui representados a América do Sul, a África, a Antártida, a Ásia e a Austrália, apresentando-se, para os animais eleitos – para alguns há “apenas” a ilustração –, o nome conhecido e aquele que usam no BI (a avestruz, por exemplo, é também Struthio Camelus).
Entre outros, o leitor irá divertir-se com estes factos curiosos: a girafa, com aquele pescoço tão comprido, tem apenas 7 vértebras (para lá de uma língua azul); as chitas, apesar de chegarem facilmente aos 110 Km/h, não estão entre os grandes felinos, quem sabe por não conseguirem rugir e o seu grito lembrar mais o miar dos gatos; o tucano-de-peito-branco tem um bico que funciona como uma espécie de ar condicionado para recriação própria; a preguiça-comum, que passa demasiado tempo pendurada de patas para o ar, tem a pelagem da barriga compartimentada, para que a água das chuvas escoe com facilidade; as alpacas, amorosas de se olhar, são usadas como terapia para doenças do foro psíquico; o pavão-indiano, que usa a plumagem como se fosse um Don Juan, é estimado na Índia por afugentar as cobras venenosas e alertar para a presença de tigres; o coala, mesmo sem ter de recorrer a soporíferos, é animal para dormir 20 horas por dia.
O trabalho gráfico é uma vez mais exemplar, com ilustrações que, não nos cansamos de repetir, poderiam ser impressas em T-Shirts ou penduradas em quadros decorativos. Está de parabéns Dieter Braun por estes dois magníficos volumes.
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