De carne, especialmente de galinha, gigantes ou em miniatura. Parece ser este o mantra gastronómico ou a frase que os dragões escreveriam em azulejos, ainda que ninguém pareça compreender bem porquê. Será do cheiro da panela a ferver? Do barulho das dentadas nas tortilhas crocantes? O mistério persiste, ainda que haja uma coisa absolutamente proibida no que aos tacos e aos dragões diz respeito: picante não entra.
Mas nem só de tacos se faz a alegria de um dragão, que delira com festas de máscaras, na piscina, com acordeões ou onde se contem adivinhas. Os dragões gostam tanto de festas que o pequeno narrador desta história decide juntar o útil com o agradável, organizando uma festa de tacos.
Com muito humor, “Os Dragões Gostam de Tacos” (Caminho, 2018) mostra como é difícil cuidar de um animal de estimação, e que o melhor mesmo é manter os dois olhos abertos para evitar que o picante – ou qualquer outra especiaria – faça das suas.
As ilustrações, muitas vezes em página dupla, entregam todo o protagonismo aos dragões, não faltando pormenores deliciosos como um deles a assinalar a data de uma festa num calendário ou um outro a dar à boca do cão de estimação do narrador um dos seus tacos. Mais do que uma lição de moral ou um grande ensinamento, os pequenos leitores encontrarão aqui um mergulho no fantástico e, sobretudo, uma grande dose de parvoíce – e, provavelmente, uma vontade doida em provar tacos. Sem picante, claro está.
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