Será que há coisas para meninos e coisas para meninas? Antes de responderem sugerimos dois livros – “Coisas de Meninas” e “Coisas de Meninos” (Nuvem de Letras, 2018), que proporcionam uma leitura contra preconceitos e estereótipos. Afinal, meninos e meninas, podem fazer tudo: voar, desporto, dançar ou cantar, entre muitas outras coisas.
As meninas são “chefes de cozinha, médicas, astronautas” ou, em alternativa, “constroem cidades. Desenham parques, esboçam museus e projectam escolas. Tijolo a tijolo, erguem casas”. Hoje, sabemos que as profissões tradicionalmente consideradas masculinas e aventureiras são, também, profissões de meninas, que são fortes e “lutam corajosamente contra o monstro mais feioso que se possa imaginar”.
Os meninos são sensíveis: choram “sempre que quiserem”, partilham “uma ideia muito boa ou um guarda-chuva num dia de tempestade”, ou, simplesmente, gostam de correr “para brincar à apanhada” e receberem um abraço” – ou unicamente para “sentir o vento a bater na cara”.
É importante, desde cedo, que as crianças exteriorizem os seus sentimentos e que compreendam que coisas de menina ou de menino são “tudo aquilo que eles quiserem”. Pri Ferrari, a autora paulistana, propõe uma leitura pertinente e formativa, propiciando o diálogo entre pais e filhos, crianças e educadores, para que em conjunto desconstruam crenças instaladas. A autora acredita que o mundo pode e deve ser um lugar melhor, onde as meninas se tornam mulheres confiantes e empreendedoras e os meninos homens respeitadores.
As ilustrações das capas apresentam linguagem distintas. Enquanto “Coisas de Meninos” nos deixa antever o conteúdo da narrativa, permitindo uma ligação que se inicia antes mesmo da leitura, tal não acontece com a ilustração da capa de “Coisas de Meninas”. Os meninos e meninas são convidados a tocar nos livros, a manuseá-los, a lê-los e a relê-los, numa leitura que possibilita a interacção, a partilha de ideias e a construção de significações.
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