Quantas vezes pensamos sobre pensar? Num momento em que as sociedades modernas vivem cada vez mais aceleradas e sem tempo para pausas introspectivas, surge um livro que procura contrariar a omnipresença digital e consertar o vazio interior que assalta, especialmente, as gerações millennial e centennial.
“Pensa Lá Bem” (Nuvem de Letras, 2018) é um livro de iniciação ao pensamento filosófico, que convida o público juvenil a reflectir sobre os temas fundamentais do questionamento humano através dos textos de Ana Vivarelli e das ilustrações de Pedro Aires Pinto.
Durante este percurso são nomeados e contextualizados dezasseis pensadores da História da Filosofia, capazes de dar estrutura às inquietações rotineiras, profundas e constantes da existência. Platão, Freud, Aristóteles, Voltaire e Bergson representam alguns dos nomes orientadores na reflexão e análise do comportamento humano. Juntos, estes e outros filósofos funcionam como ponte para o pensamento dialogado com o livro, fazendo o leitor interrogar-se. Afinal, quais são os princípios que regem a nossa acção ética? De que modo evoluiu o conceito de amizade no contexto da era digital? E a negação da morte? Ou o medo de ser escravo do medo? Entre tantas ânsias internas, ainda se encontram páginas a abordar o modo como o cidadão do mundo se relaciona com os que o rodeiam ou o papel da empatia nas relações interpessoais, entre muitos outros temas.
Deste modo, se o leitor se distanciar de certos preconceitos e ideias pré-definidas, é possível desenvolver novas formas de perspectivar situações vividas e por viver. Os ângulos de observação são variados, motivando o questionamento ao invés de respostas objectivas e formatadas, numa proposta didáctica que potencia o pensamento autónomo como meio de salvamento pessoal. Rodeados de tantas prisões, resta-nos esta eterna liberdade: o pensamento.
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