Longe vão os tempos em que o futebol era um desporto como qualquer outro, onde os grandes jogadores jogavam ao domingo e, à segunda-feira, eram vistos na pastelaria do bairro a tomar um café ou a cortar a relva do seu pequeno jardim.
Tal como o mundo o futebol transformou-se num imenso negócio, onde os jogadores vivem em condomínios fechados e, quando saem de casa, levam a companhia de uns quantos guarda-costas para evitar o assédio humano e fotográfico. Ainda assim, e para gáudio dos seus muitos seguidores, continua a ser o desporto-rei, capaz de condicionar saídas em família, jantares de aniversário e, em alguns casos, casamentos. Capaz de fundar e arruinar amizades, de fazer parar corações, de levar às lágrimas o mais insensível ser.
Na era das redes sociais e do corte e costura social sem piedade, o melhor jogador do mundo dá pelo nome de Ronaldo. Cristiano Ronaldo. Um nome que enche capas de revistas e jornais, seja pelos golos e jogadas de antologia que inventa, seja por coleccionar carros ou ter uma estátua com um espírito fálico considerável.
Autor de diversos livros no universo futebolístico, Luís Aguilar edita, no ano em que Ronaldo chega às trinta primaveras – e pouco tempo depois do jogador do Real Madrid ter conquistado a sua terceira bola de ouro -, “Cristiano Ronaldo – CR 30” (Bertrand Editora, 2015), que reúne trinta dos grandes momentos de uma carreira construída com muito suor, disciplina, talento e, sobretudo, trabalho, de um miúdo que, com o passar dos anos, se tornou num dos mais incríveis atletas mundiais.
Num livro com o ar de uma revista domingueira do Correio da Manhã – não há porém poster central desnudado -, estão lá vários dos momentos inesquecíveis que fizeram com que muitos adeptos portugueses tenham juntado, à selecção portuguesa e ao clube do coração, a devoção a equipas como o Manchester United ou o Real Madrid.
Fala-se do mítico Suécia-Portugal, onde Ronaldo marcou um hat-trick e nos levou de férias ao Brasil para o Mundial; da segunda bola de ouro conquistada em 2013, que levou o madeirense às lágrimas; da ida do Nacional para o Sporting por 25 mil euros – anteriormente tinha transitado do Andorinha para o Nacional por 25 bolas; do jogo contra o Manchester, decisivo para a sua transferência para o clube inglês meses mais tarde com apenas 18 anos – e onde se tornou uma lenda a vestir a pesada camisola 7; de Sir Alex, o seu pai e avô futebolístico; e, a fechar, de Irina, uma novela que tem servido para alimentar revistas cor-de-rosa e outras publicações um pouco por todo o globo terrestre – e que, numa futura edição, poderá dar lugar a outro rosto e corpinho.
Com muitas fotografias, quadros estatísticos, citações alheias e capas de jornal, “Cristiano Ronaldo – CR 30” é mais uma homenagem a um dos melhores jogadores de todos os tempos que, para lá de ter criado uma rivalidade super-heróica com o também gigante Lionel Messi, consegue provocar dores agudas de cotovelo em presidentes da FIFA e da UEFA, quer estejam em exercício ou, simplesmente, em modo de campanha.
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