No universo dos contos e das fábulas, Capuchinho Vermelho terá sido, muito provavelmente, um dos alvos maiores no que toca a adaptações e recriações. Uma estatística que não terá assustado Marjolaine Leray que, em “Um Capuchinho Vermelho” (Orfeu Negro, 2018), construiu uma curta e muito cómica adaptação.
O livro mantém alguns elementos do conto clássico, como o facto de o lobo mostrar, em estilo de inventário, para que servem os seus olhos ou os dentes, isto enquanto Capuchinho Vermelho espera em cima da mesa que o lobo comece a devorá-la (pensa o lobo). A miúda, porém, age como se tivesse a palavra “destemida” tatuada mo braço, e aproveita uma maleita física do lobo para fazer das suas.
As ilustrações são simples e minimalistas, de traço assumidamente imperfeito, desenhadas a duas cores – preto e vermelho – que servem não apenas para desenhar as personagens como, também, para servir os diálogos mínimos que se vão desenrolando entre as duas personagens.
Uma adaptação feita com muita pinta, num livro que esteve seleccionado para o Prix Sorcières 2010 e para 1º Álbum da Feira do Livro Infantil de Montreuil 2009. Marjolaine Leray vive em Pari, e colabora com diferentes agências de comunicação como designer gráfica. “Um Capuchinho Vermelho” foi a sua estreia na escrita e ilustração para crianças.
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