Dezassete anos. Foi este o tempo de espera vivido pelos leitores de Mundos Paralelos, a trilogia de Philip Pullman que é, até hoje, um dos grandes acontecimentos que ocorreram no reino da fantasia literária. O regresso faz-se agora com uma nova trilogia, intitulada O Livro do Pó, cujo primeiro volume chegou já às livrarias com o título “O Livro do Pó: Volume 1 – La Belle Sauvage” (Editorial Presença, 2018).
Malcom Polstead, de 11 anos, é o pequeno-grande protagonista, filho e ajudante do estalajadeiro de A Truta, uma estalagem muito frequentada nas margens do rio Tamisa, perto da muito académica Oxford. Malcom é um miúdo muito low profile: apesar de nunca chamar a atenção dos outros, é um ouvinte bastante atento, dotado de “um temperamento atencioso e inquisitivo”.
Neste mundo, cada pessoa possui um génio com a forma de um animal, que faz parte de si e que tem a capacidade de se transformar, atingindo a sua forma definitiva ao mesmo tempo que o seu dono atinge a puberdade – o génio de Malcom dá pelo nome de Asta.
Malcom e Asta descobrem, dentro de uma estranha bolota, uma mensagem secreta sobre uma substância aparentemente perigosa chamada Pó, que estará de alguma forma ligada a um ainda mais estranho e científico fenómeno: o campo Rusakov.
Do outro lado do rio, em frente à estalagem, vivem as Irmãs da Ordem de Santa Rosamund, lugar onde Malcom faz alguns biscates e (menos) amizades. É lá que, aparentemente, está escondida Lyra, uma menina ainda bebé, de que aparentemente toda a gente anda à procura: Lorde Nuggent, em tempos Chanceler de Inglaterra; o TCD, iniciais para o Tribunal Consistorial de Disciplina, um organismo da igreja dedicado ao combate à heresia e ao ateísmo; uma organização secreta conhecida como Oakley Street; ou o Magisterium, uma espécie de autoridade suprema da igreja.
Criando uma ligação especial com Lyra, Malcom tudo fará para a proteger, mesmo que para isso tenha de partilhar La Belle Sauvage, a sua embarcação de recreio, com Alice, a miúda com quem anda constantemente às turras. Magia, intriga e delírio científico, numa viagem compulsiva pelo universo fantástico. Welcome back, Mr. Pullman.
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