Ler as aventuras de Alex Cross – para muitos o melhor detetive do Mundo – é obrigatório para os fãs de um (bom) policial. De uma forma gradual mas muito sustentada, James Patterson conseguiu, ao longo da última década, uma das mais interessantes sagas da literatura policial contemporânea e, sem grande surpresa, alcançou o lugar cimeiro do New York Times.
Desde a edição de “A Conspiração da Aranha” – primeiro volume das aventuras do personagem e que deu origem a uma adaptação cinematográfica, cabendo o papel principal ao enigmático Morgan Freeman – já passaram cerca de 15 anos e, a incrível capacidade de trabalho e dedicação de Patterson, fez-nos recentemente chegar “Eu, Alex Cross” (Topseller, 2014), o 16º tomo da série e, sem dúvida, um dos mais interessantes livros do autor.
Tudo começa com um crime hediondo. Numa altura em que Alex Cross acaba de prometer à família que quer estar mais presente nas suas vidas, o destino revela-lhe uma das mais negras surpresas: a sua sobrinha Caroline foi vítima de um assassinato bárbaro. Em dia de aniversário, Cross recebe assim a pior das prendas. Mas as más notícias não ficam por aqui.
A investigação leva Alex Cross a descobrir outra terrível realidade. A sua sobrinha fazia parte de uma rede de acompanhantes de luxo que deliciava muitos dos homens mais poderosos de Washington, DC, e não foi a única vitima.
Tudo leva a crer que estejamos perante um assassino infiltrado no poder e, a Alex Cross e à sua parceira Bree Stone, apenas resta entrar num universo que apenas os mais ricos e poderosos têm permissão.
À medida que a verdade se torna mais clara e evidente, Cross tem de lidar com segredos que podem colocar em causa a própria estabilidade do globo, e os membros desse poderoso e restrito círculo tudo vão fazer para manter as coisas como estão – e a qualquer preço.
O maior desafio de Alex Cross será a própria sobrevivência, pois “Eu, Alex Cross” tem tudo para ser a mais arrepiante aventura do detetive. E, como é apanágio das obras de Patterson, é o ritmo alucinante que comanda toda uma ação repleta de reviravoltas e acontecimentos imprevisíveis que elevam os níveis de suspense a patamares singulares.
Para isso, muito contribui a (habitual) construção narrativa de Patterson que aposta em capítulos curtos, fluidos e de perfil descaradamente cinematográfico. As surpresas e as explosões (emotivas e factuais) envolvem o leitor de uma forma completamente viciante e o virar de cada página assume a forma do normal e irrevogável exercício de respiração.
Algo que também torna a leitura de “Eu, Alex Cross” ainda mais pertinente é a sua extrema “exploração” do lado mais íntimo e emotivo de um personagem que, desta vez, tem também de lidar com o sofrimento da própria família, nomeadamente no que toca à doença que afeta Nana, a sua avó, depois do trágico desaparecimento da sua sobrinha Caroline.
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